CARDEAL BRADY: DEDICAR-ME-EI À OBRA DE RENOVAÇÃO INDICADA POR BENTO XVI À IGREJA IRLANDESA
Dublin, 18 mai (RV) - O Arcebispo de Armagh e Primaz de toda a Irlanda, Cardeal
Seán Baptist Brady, prosseguirá seu mandato: o anúncio foi feito na declaração-comentário
sobre o segundo Relatório anual da Comissão nacional para a defesa dos menores na
Igreja Católica da Irlanda, publicado nesta segunda-feira.
"Acolho de bom grado"
esse Relatório, escreve o Cardeal Brady agradecendo aos membros da Comissão pela "dedicação
excepcional, profissionalismo e compromisso em favor do sincero desejo dos bispos
e dos responsáveis pelas Congregações religiosas de se tornarem exemplares na melhor
prática de tutela das crianças".
"Espero – acrescenta o purpurado – que o Relatório
possa assegurar a todos que, ao tempo em que permanecem importantes desafios, a Igreja
Católica na Irlanda progrediu muito na reparação aos erros do passado".
E entre
as boas notícias encontra-se a da formação de 2.356 pessoas que daqui a alguns meses
poderão se dedicar à salvaguarda da infância nas paróquias do país inteiro.
O
Primaz da Irlanda frisa que "a trágica experiência do passado nos recorda que é necessária
uma constante vigilância e plena adesão a fortes, completos e dinâmicos sistemas de
responsabilidade".
"Nos anos que me restam como Arcebispo de Armagh – observa
o Cardeal Brady – dedicar-me-ei inteiramente àquela obra de cura, arrependimento e
renovação indicada por Bento XVI à Igreja irlandesa, partindo dos significativos progressos
realizados nestes anos para proteger a infância."
Portanto, o Primaz da Irlanda
se mostra intencionado a prosseguir o seu mandato, após as polêmicas emergidas na
imprensa meses atrás em relação a um seu presumível envolvimento no acobertamento
de um caso de pedofilia nos anos 70; e após o purpurado, no dia 17 de março passado
– Festa de São Patrício Patrono da Irlanda – ter expresso profundo pesar por suas
possíveis faltas.
Daí, o pedido do Primaz ao Papa, ao qual na declaração solicitou
que lhe seja dado um auxílio em nível episcopal para a administração da crise dos
abusos sexuais que atinge a Igreja em seu país.
No Relatório apresentado nesta
segunda-feira, a Comissão encarregada documenta ter registrado – de 1º de abril de
2009 a 31 de março de 2010 – 200 novas denúncias de abusos, todas levadas ao conhecimento
das autoridades civis. (RL)