COMPROMISSO DOS CATÓLICOS NA POLÍTICA NORTEIA PLENÁRIA DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA
OS LEIGOS
Cidade do Vaticano, 17 mai (RV) - Vai se realizar, de 20 a 22 do corrente,
em Roma, a 24ª Assembleia plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, com o tema:
"Testemunhas de Cristo na comunidade política".
O presidente do organismo vaticano,
Cardeal Stanislaw Rylko, abrirá os trabalhos da plenária. O Reitor da Universidade
Católica, Prof. Lorenzo Ornaghi; o Cardeal Camillo Ruini, o Presidente da Pontifícia
Academia para a Vida, Dom Rino Fisichella; o fundador da Comunidade romana de Santo
Egidio, Prof. Andrea Riccardi, e o Prof. Guzmán Carriquiry participarão dos trabalhos
como conferencistas. Na sexta-feira, dia 21, os participantes serão recebidos pelo
Santo Padre.
Um comunicado do Pontifício Conselho para os Leigos ressalta que
Bento XVI manifestou, em diversas ocasiões, a necessidade e a urgência de um renovado
compromisso dos católicos na vida política.
No discurso de abertura da V Conferência
Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em maio de 2007, em Aparecida,
SP, o Papa afirmou que o respeito por uma sadia laicidade – incluindo a pluralidade
das posições políticas – é essencial na tradição cristã.
Se a Igreja começasse
a transformar-se diretamente em sujeito político, não faria mais pelos pobres e pela
justiça, mas faria menos, porque perderia a sua independência e a sua autoridade moral,
identificando-se com um único caminho político e com posições parciais opináveis –
acrescentou o Pontífice.
A Igreja – ressaltou – é advogada da justiça e dos
pobres, precisamente porque não se identifica com os políticos nem com os interesses
de partido (...) A vocação fundamental da Igreja nesse setor é formar as consciências,
ser advogada da justiça e da verdade, educar para as virtudes individuais e políticas.
E
os leigos católicos – frisou o Pontífice na ocasião – devem ter consciência de suas
responsabilidades na vida pública; devem estar presentes na formação dos consensos
necessários e na oposição contra as injustiças.
Falando num subcontinente de
grande tradição cristã (América Latina e Caribe), Bento XVI ressaltava também a necessidade
"de preencher a notável ausência, no âmbito político, da comunicação e da universidade,
de vozes e de iniciativas de líderes católicos de forte personalidade e de dedicação
generosa, que sejam coerentes com as suas convicções éticas e religiosas".
Por
fim, o dicastério recorda o último apelo lançado em Lisboa por Bento XVI no encontro
com os bispos: os tempos nos quais vivemos exigem um novo vigor missionário dos cristãos,
chamados a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja, solidário com a complexa
transformação do mundo.
São necessárias autênticas testemunhas de Jesus Cristo,
sobretudo naqueles ambientes humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo:
os políticos, os intelectuais, os profissionais da comunicação que professam e promovem
uma proposta monocultural, com desdenho pela dimensão religiosa e contemplativa da
vida – frisou.
Na tarde do próximo sábado, dia 22, os trabalhos da Assembléia
plenária serão dedicados à exposição que será feita pelo Secretário do dicastério,
Dom Josef Clemens, que falará dos programas do Pontifício Conselho para os Leigos,
com um balanço do que foi feito e as propostas para o futuro. (RL)