TAILÂNDIA: LÍDERES RELIGIOSOS EM CAMPO PARA MEDIAR CRISE
Bangcoc, 15 mai (RV) – Aumenta a tensão na Tailândia e, enquanto pelas ruas
da capital, Bangcoc, a violência triunfa, fazendo crescer a cada hora que passa, o
número de mortos e feridos, "uma intervenção dos líderes religiosos poderia servir
a explorar novas vias de diálogo e de mediação, e a oferecer uma solução pacífica
para a crise".
Essa foi a proposta feita pelo arcebispo de Thare e
Nonseng, Dom Louis Chamniern Santisukniran, presidente da Conferência Episcopal Tailandesa,
em declarações à agência missionária de notícias – FIDES. Seria uma "última possibilidade",
segundo o prelado, antes da eclosão de uma "guerra civil" que causaria um "derramamento
de sangue inocente em toda a nação".
Os líderes das diversas comunidades
religiosas na Tailândia – budistas, cristãos e muçulmanos – que já se encontraram
há cerca de um mês, manifestando publicamente seu apoio às iniciativas que levem ao
diálogo e à reconciliação – gozam da confiança, da credibilidade e da estima da população,
e hoje poderiam ser muito úteis para resolver a situação de impasse em que nos encontramos
e afastar o fantasma da violência, explicou o arcebispo.
"Não nos cansaremos
de dizer que o único caminho para uma solução é o diálogo. É preciso depor as armas
e abandonar o recurso aos meios violentos para tentar solucionar a crise. Temo que
o país esteja à beira de uma guerra civil que, se não for detida em tempo, provocará
uma verdadeira catástrofe" – argumentou Dom Louis.
"Existe uma forte
incompreensão entre as partes. Cada uma quer vencer o conflito e defender os próprios
interesses, sem pensar no restante da população e no bem comum" – concluiu o arcebispo.
Manifestantes antigovernamentais e soldados tailandeses mantiveram
confrontos durante esta última sexta-feira, no entorno do centro comercial de Bangcoc,
numa jornada de violência que causou 16 mortes e mais de 160 feridos desde quinta-feira.
A
maior parte dos conflitos ocorreu no acesso norte da zona ocupada pelos manifestantes,
onde grupos de rebeldes atiraram pedras e bombas incendiárias contra os locais ocupados
pelas tropas.
Fontes militares estimaram que cerca de quinhentos "camisas
vermelhas" continuam provocando os soldados em determinados pontos da capital e consideram
que a situação no momento é "tensa". (AF)