Brasília, 14 mai (RV) - O dia 13 de maio assinala, no calendário nacional,
a memória da Abolição da Escravatura. A lembrança desta data traz para a nação brasileira
a oportunidade de renovar o compromisso de solidariedade com a população afrobrasileira,
majoritariamente vivendo em condições de pobreza e miséria. A escravidão e a discriminação
racial sempre contribuem para a situação de degradação social, onde quer que sejam
praticadas.
A celebração do 13 de maio deve resultar no reforço das ações de
resgate da dignidade desses brasileiros, como afirmou o Papa Bento XVI: “Possa esta
recordação estimular a consciência evangelizadora desta realidade sócio-cultural de
grande importância na terra da Santa Cruz” (13 de maio de 2007). A Igreja Católica
no Brasil, consciente da sua missão de “ser a advogada da justiça e defensora dos
pobres” (DAp 395), coloca-se ao lado desses irmãos ainda marginalizados.
É
preciso continuar decididamente o processo de abolição da escravatura: “nos últimos
quinze anos, o Estado brasileiro já resgatou da situação de trabalho escravo 38 mil
trabalhadores rurais, 32 mil deles, nos últimos sete anos. É uma realidade que se
configura como violação do princípio fundamental da dignidade humana.
A CNBB
comemora as conquistas da sociedade organizada e une sua voz ao clamor nacional para
que se ponha fim a tamanha agressão à pessoa humana; reitera o apoio às políticas
de prevenção, combate e reinserção das vítimas. Insistimos na necessidade da aprovação
da PEC 438/2001, que versa sobre o destino, à Reforma Agrária, das propriedades usadas
com instrumentos para escravizar vidas humanas.
Reafirmamos o compromisso de
solidariedade com os afrobrasileiros nas suas reivindicações presentes, especialmente
no reconhecimento das terras quilombolas e nas políticas afirmativas.
Sob as
bênçãos de Nossa Senhora de Fátima, continuemos na caminhada com a convicção de que
o Mestre de Nazaré está a nossa frente no combate a toda forma de injustiça e na busca
do Reino definitivo”. (CM-CNBB)