Imensa multidão em Fátima para a Missa com o Papa e todo o episcopado português, em clima de grande participação, fé e devoção

Todos os olhos, em Portugal e não só, se concentram em Fátima, onde decorre a grande celebração eucarística de 13 de Maio, presidida em pessoa pelo Papa Bento XVI.

De Fátima o enviado da RV, António Pinheiro:

O programa desta Quinta-feira, terceiro dia da viagem de Bento XVI em Portugal, é inteiramente passado em Fátima e embora se prolongue por menos horas que nos dois dias anteriores tem uma agenda repleta de eventos, virados para a Pastoral Social e para a hierarquia da Igreja em Portugal, mas o ponto alto é a missa aniversária do 13 de Maio.

No início, D. António Marto, que foi aluno do cardeal Joseph Ratzinger, faz uma saudação ao Papa, recebendo dele um cálice, como lembrança desta viagem. Nos ritos finais da missa, Bento XVI saúda e benze os doentes, junto à Colunata Norte. À entrada da Basílica, para onde se dirige depois, o Papa cumprimenta o Presidente da República, Cavaco Silva. No interior do edifício, visita o túmulo dos três pastorinhos, Jacinta, Francisco e Lúcia, numa cerimónia reservada em que é acompanhado pelo Bispo de Leiria-Fátima e pelo reitor do Santuário, Pe. Virgílio Antunes.

Em papamóvel regressa à Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde almoça com os bispos de Portugal e com o séquito papal.

Mais tarde, mais uma vez de papamóvel, dirige-se para a Igreja da Santíssima Trindade, onde, às 17.00, preside ao encontro com sete mil membros das organizações da Pastoral Social da Igreja Católica e de outras entidades de apoio às pessoas carenciadas.

O Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, que é também o Coordenador-geral da Organização da Visita de Bento XVI, abre o encontro com uma saudação ao Papa, a que se segue a celebração da Palavra.

A sessão, é um dos pontos centrais da visita do Papa, a par da Pastoral da Cultura e da vida na Igreja,.

 A “Celebração da Palavra” inclui a proclamação de leituras bíblicas, o discurso de Bento XVI e a leitura de preces, que vão ser pronunciadas pela presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet.

 Depois da sua intervenção, o Papa abençoa a primeira pedra da “Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI”, que a União das Misericórdias Portuguesas vai construir em Fátima.

 Antes de sair da igreja da Santíssima Trindade, o Papa cumprimenta 15 personalidades ligadas a organismos e instituições de apoio social.

 De novo na Casa de Nossa Senhora do Carmo, inicia-se às 18h45 o último ponto da agenda oficial do dia: o encontro com os Bispos de Portugal.



De Fátima para a Rádio Vaticano António Pinheiro

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O Papa Bento XVI vai efectuar uma visita privada aos túmulos dos três videntes de Fátima (Lúcia, Jacinta e Francisco) na Basílica de Nossa Senhora do Rosário. A visita privada realiza-se hoje no final da Missa desta manhã, 13 de Maio. Neste dia passam dez anos sobre a beatificação de Francisco Marto e de Jacinta Marto, cerimónia a que João Paulo II presidiu em Fátima, na sua terceira e última visita ao Santuário. Os túmulos dos três Pastorinhos situam-se nas capelas do lado poente (Jacinta e Lúcia) e do lado nascente (Francisco).
Jacinta Marto, a mais nova dos três Pastorinhos de Fátima, nasceu há 100 anos em Aljustrel, vindo a morrer com apenas 10 anos, vítima de longa e dolorosa doença, no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, oferecendo todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela paz no mundo e pelo Santo Padre. Filha mais nova de Olímpia e Manuel Marto, Jacinta Marto (como o irmão Francisco) era uma criança típica do Portugal rural da época. Como de início não frequentava a escola, trabalhava como pastora em conjunto com seu irmão e a sua prima Lúcia. As três crianças, mas particularmente Jacinta, praticavam mortificações e penitências. É possível que prolongados jejuns a tenha enfraquecido a ponto de ter sucumbido à epidemia do vírus de gripe que varreu a Europa em 1918, em consequência da primeira guerra mundial. Jacinta, que sofria de pleurisia e não podia ser anestesiada devido às más condições do seu coração foi assistida em vários hospitais, acabando por sucumbir em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital D. Estefânia em Lisboa. Jacinta foi beatificada , com seu irmão, pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 2000. Jacinta é a cristã mais nova não-mártir a ser beatificada. O seu dia festivo é 20 de Fevereiro. Várias iniciativas assinalam a passagem do centenário do nascimento de Jacinta, destacando-se o congresso que o Santuário de Fátima vai realizar, de 4 a 6 de Junho próximo , no Centro Paulo VI, do Santuário de Fátima, com o título “Jacinta Marto : Do encontro à compaixão.

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Terço do Papa e conferencia de imprensa do P. Lombardi



O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, ofereceu ao Papa o primeiro exemplar do rosário oficial, feito em ouro, com as contas dos pai-nossos no mesmo metal e as das ave-marias em topázio. A oferta foi entregue a Bento XVI no início das celebrações de 12 de Maio, na Cova da Iria. Momentos antes, na abertura desta Peregrinação Internacional, o Papa oferecera a Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima. Após ter recebido o terço, Bento XVI presidiu à oração do terço no recinto do Santuário, utilizando este primeiro exemplar do rosário oficial.

Em conferencia de imprensa no fim da tarde desta quarta feira, aqui em Fátima, o director da Sala de imprensa da Santa Sé P. Federico Lombardi disse que Bento XVI viveu um momento de grande emoção com a chegada à Capelinha das Aparições. “Tive a impressão de uma grande intensidade espiritual, na Capelinha” salientou. A mensagem de Fátima apresenta uma “chave de leitura permanente da história, da experiência da Igreja”, que, segundo o Pe. Federico Lombardi não se esgotou no passado, mas pode ter “um significado para as diversas situações de provação, de sofrimento, de dificuldade”. Também se aplica às dificuldades “no interior da Igreja”, por causa do seu pecado, incluindo os casos de abusos sexuais sobre menores, confirmou. Para o Papa, o significado da mensagem de Fátima diz respeito “ao caminho da Igreja na história, em particular os sofrimentos da Igreja, as suas dificuldades, as suas esperanças”. No briefing do dia feito aos jornalistas foi destacado o sucesso do encontro com as personalidades do mundo da cultura português:“ um grande sucesso pela participação e calor, que talvez os organizadores não esperassem”. O discurso do cineasta Manuel de Oliveira colheu ““Infinita simpatia”. O discurso do Papa, confirmou a proposta “dialogante a propositiva. sobre o encontro na com o Primeiro Ministro na Nunciatura Apostólica, o Pe Federico afirma ter sido “substancialmente de cortesia”. Foram tratados temas de forma “familiar”, em particular “o contributo da Igreja em actividades de carácter social e educativo, em Portugal”, sublinha o director. “A nível internacional viu-se que os povos lusófonos, em várias partes do mundo, são também católicos”. A lusofonia foi vista como “elemento de integração e de diálogo”.

O briefing do director da Sala de Imprensa da Santa Sé destacou a satisfação do Papa pelo acolhimento português em Lisboa. Foi ainda recordado que a Conferência Episcopal Portuguesa pediu “especificamente” três encontros “significativos e estratégicos para a pastoral da Igreja” – o encontro com as personalidades da cultura, com os sacerdotes e com os agentes da pastoral social.

De Fátima para a Rádio Vaticano, António Pinheiro