2010-05-13 20:20:04

Encontro com os membros das organizações da pastoral social (A.P.)


Uma visita em crescendo e discursos substanciais: é assim que se está a caracterizar esta viagem apostólica de Bento XVI a Portugal Um destes discursos foi proferido esta tarde na Igreja da Santíssima Trindade aqui em Fátima onde decorreu o encontro com os membros das organizações da pastoral social

O Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, que é também o Coordenador-geral da Organização da Visita de Bento XVI, abriu o encontro com uma saudação ao Papa, Pediu a Bento XVI que pronuncie uma “palavra profética” para responder ao “domínio de gente sem uma rota espiritual”. O prelado disse que o país vive uma “hora carregada de apreensões”, marcada pela “pobreza inumana” e pelo “desemprego crescente”. O bispo auxiliar de Lisboa sublinhou que gostaria de ouvir de Bento XVI um estímulo que expulse o “fatalismo que acomoda” e que incentive “uma compaixão que dignifica”, uma ternura que cuida”, “uma escuta que valoriza” e “uma esperança que acompanha”.

D. Carlos Azevedo recordou que a sessão, realizada na igreja da Santíssima Trindade, contou com a participação de pessoas “movidas por diversas fontes espirituais”, que estão ao serviço “dos feridos, doentes, presos, migrantes e abandonados” e “lutam pela defesa dos direitos humanos, pela paz” e “pela salvaguarda da criação”.

Para o responsável máximo da Pastoral Social, a acção de muitos dos presentes na assembleia deve-se ao facto de terem consciência das implicações do seu baptismo e da dimensão do serviço que faz parte da Igreja Católica.

Bento XVI apelou ao reforço da “identidade” católica das identidades sociais da Igreja, deixando apelos a uma “maior autonomia e independência da política e das ideologias”. Admitiu que “a pressão exercida pela cultura dominante, que apresenta com insistência um estilo de vida fundado sobre a lei do mais forte, sobre o lucro fácil” torna difícil esta missão. Neste contexto, os projectos católicos podem acabar por ficar sem a “motivação da fé e da esperança cristã que os tinha suscitado”. Bento XVI pediu que as organizações católicas desenvolvam o seu trabalho “em cooperação com organismos do Estado, para atingir fins comuns”. 



Após a homilia, Bento XVI fez a bênção da primeira pedra da «Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI» que a União das Misericórdias Portuguesas irá construir em Fátima junto do Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, cuja primeira pedra foi benzida pelo anterior Papa.

Antes de saída da Igreja da Santíssima Trindade, Bento XVI cumprimentou 15 figuras ligadas às organizações da Pastoral Social.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, o Presidente da Cáritas, Eugénio da Fonseca, o Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Pe. Lino Maia, e o Presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos.

No fim da tarde desta quinta feira Bento XVI encontra-se com o episcopado de Portugal. O encontro decorre no Salão da Casa Nossa Senhora do Carmo.

A atenção de Bento XVI à Igreja Católica em Portugal ganhou particular relevância após  o discurso que o Papa dirigiu aos Bispos de Portugal na visita ad limina, em Novembro de 2007.

Entre os desafios que colocava ao episcopado, Bento XVI referia a necessidade de “mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II”.



De Fátima, para a Rádio Vaticano António Pinheiro








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