2010-05-12 10:55:42

CNBB: CONFLITOS NO CAMPO


Brasília, 12 mai (RV) - O Bispo de Balsas (MA), Dom Enemésio Ângelo Lazaris, afirmou na tarde de ontem que a "política agrária não favorece os pequenos, que correm grande risco de perder para os monopólios".

Na coletiva de imprensa em Brasília, Dom Enemésio disse que falta respeito e políticas para o homem do campo, para que ele possa viver dignamente em seu território. Um dos problemas que vem ocorrendo na atualidade, segundo o bispo, é a retirada do homem do campo para a construção de grandes projetos governamentais.

"É preciso mais respeito com a vida humana. Atualmente estamos vendo uma série de projetos que, na visão de seus autores, devem acontecer de qualquer jeito e com isso as pessoas são obrigadas a sair de suas terras. Não se respeita a fraternidade do homem com a terra. A questão da territorialidade implica uma ligação afetiva com a terra, o meio ambiente" – defendeu.

O Bispo disse que as políticas de apoio aos pequenos proprietários de terra eliminariam as possibilidades de conflitos de terras e de outros problemas no campo como o trabalhos análogo à situação de escravidão: "Se houvesse uma política agrária que realmente favorecesse os pequenos, não teríamos tantas invasões, tantas ocupações e situações de trabalho escravo, pelo contrário, teríamos atenção aos pequenos, agricultura familiar e produtos agroecológicos".

Dom Enemésio apontou também a política agrária brasileira como a grande vilã das mortes no campo: "É toda a questão da política agrária equivocada que gera a problemática das mortes no campo. Isso é incentivado pelo governo. O agronegócio progride, vai adiante, e concentra sempre mais a propriedade. A terra no Brasil está sempre mais em mãos de pouca gente. Mais pessoas têm menos e um grupo menor enriquece mais".

O Bispo de Balsas chamou de "nocivos" e "equivocados" os projetos do Governo que impedem as condições mínimas de sobrevivência através da terra: "Hoje se pensa um projeto equivocado que tem de crescer a qualquer preço. Está aí o exemplo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que tem que funcionar de qualquer maneira e de qualquer modo. Esse equívoco é nocivo e impede que uma grande parte de brasileiros tenha condições mínimas de vida digna e seja possibilitado de participar da construção da própria nação". (BF-CNBB)







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