Lisboa, 11 mai (RV) - “Correspondendo ao convite, várias vezes reiterado,
dos Bispos portugueses, bem como ao convite do Senhor Presidente da República, Bento
XVI aceitou, e agora vai visitar Portugal por ocasião da peregrinação aniversária
de 12 e 13 de maio.
Sabe-se que o Papa, nas suas deslocações tem sempre uma
particular atenção à situação da sociedade que visita, às problemáticas que a marcam,
às características que a definem.
A sua presença aqui em Portugal nos próximos
dias pode ser uma oportunidade para todos, católicos e não católicos, no contexto
atual recuperarem, aprofundarem, destacarem o combate sustentado à pobreza, a recuperação
da solidariedade assente em princípios fundamentais de justiça, a alteração de paradigmas
de comportamento face ao consumo e à fruição dos bens comuns, a defesa dos valores
fundamentais da vida e da família.
Será também uma oportunidade para provocar
a (re) dinamização das estruturas da Igreja, nomeadamente no que se refere à necessária
aproximação às circunstâncias concretas dos tempos em que vivemos, para que seja referência
permanente e segura da mensagem de Cristo. Bento XVI não vai trazer a fórmula infalível
da transposição da mensagem de Cristo para a realidade; eu, como cidadão português
gostava que trouxesse para a vida do Portugal vergado a confiança, o otimismo e a
esperança de que todos sentem falta. E seria importante que esta mensagem não chegasse
só a quem tem a bênção de Acreditar, e sente que a fé lhe assiste.
“Contigo
caminhamos na esperança”, é o lema desta viagem apostólica de Bento XVI a Portugal
Palavras importantes, um caminho que não se faz sozinho, e que se envolve de
esperança. A esperança, à semelhança da saudade típica dos portugueses, não é invocada
só por quem acredita, e vive na fé que Sua Santidade vem anunciar. Tem esperança quem
vive, quem produz, quem cria, quem ama, quem peca e se converte de novo, quem caminha,
quem tem filhos e cadilhos, quem perde o norte, quem adoece, quem vive estigmas sociais.
A esperança é de todos. Ora aqui poderá estar uma luz para que quem não acredita possa
ter esperança”.
Para ouvir o boletim do correspondente, António Pinheiro,
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