2010-05-10 19:43:41

TRABALHO INFANTIL SE ALASTRA NA ÁFRICA EM VIRTUDE DA POBREZA


Luanda, 10 mai (RV) - 215 milhões de crianças, em todo o mundo, transcorrem sua infância trabalhando. Destas, quase metade corre riscos de se ferir gravemente ou mesmo de morrer no desempenho de tarefas perigosas.

A informação está contida num relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), fazendo uma autocrítica e exigindo medidas mais enérgicas para que "as formas mais graves de trabalho infantil sejam eliminadas" até 2016.

É na região da Ásia-Pacífico onde mais crianças trabalham: 113,6 milhões. No entanto, na América Latina e no Caribe, a tendência tem sido a de um decréscimo na exploração da mão-de-obra infantil. O mesmo não ocorre na África localizada a sul do Saara, onde se registrou um aumento o fenômeno, tantos em números relativos quanto em números e absolutos.

Na região equatorial do continente africano, uma a cada quatro crianças trabalha. No Mali, por exemplo, metade das crianças estão sujeitas a tarefas "profissionais".

É nas atividades agrícolas que predomina o recurso ao trabalho infantil, confirma o relatório da OIT. Essa realidade corresponde a 60% dos casos detectados em todo o mundo. A maior parte dessas crianças trabalha para a família, devido à situação de pobreza em que esta vive.

"Temos de ir ao encontro das formas escondidas do trabalho infantil" – alerta a OIT, confirmando que muitas dessas situações "estão enraizadas na pobreza".

Apenas uma a cada cinco crianças que trabalham, é paga pelo que faz, no caso da agricultura. Os serviços também exploram essa mão-de-obra em 25,6% dos casos. Segue-se a indústria (7%).

Segundo o relatório, a crise econômica mundial está contribuindo para que o trabalho infantil não decresça em ritmo mais acelerado, sobretudo, nas formas mais pesadas.

Todavia, de acordo com o diretor-geral da OIT, "a desaceleração econômica não pode ser uma desculpa". Muitas das crianças visadas no relatório trabalham à noite, em condições insalubres, expostas a produtos químicos, em alturas perigosas, debaixo de terra ou da água e sujeitas a maus-tratos. (AF)
 







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