2010-05-10 17:27:43

"Contigo caminhamos na esperança” é o lema da viagem apostólica de Bento XVI a Portugal: um caminho que não se faz sozinho, e que se envolve de esperança (A. Pinheiro, em Portugal)


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Correspondendo ao convite, várias vezes reiterado, dos Bispos portugueses bem como ao convite do Senhor Presidente da República, Bento XVI aceitou, e agora vai visitar Portugal por ocasião da peregrinação aniversaria de 12 e 13 de Maio.

A sua vinda a Fátima coincide com o décimo aniversário da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta e com as comemorações do centenário do nascimento da Jacinta. Todavia, projecta-se no horizonte mais amplo das suas peregrinações aos maiores santuários marianos espalhados pelo mundo, como grandes centros de evangelização.

Esta sua peregrinação vai revestir um grande significado pastoral, doutrinal e espiritual.

Ele conhece como ninguém o cerne e o alcance da Mensagem de Fátima, de que se tornou intérprete singular com o seu Comentário Teológico ao “terceiro segredo”, quando era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Já como Papa, na visita ao Brasil, evocando o nonagésimo aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, não hesitou em falar da “mais profética das aparições modernas”. Sabe, pois, muito bem qual é a actualidade e a importância de Fátima para a Igreja e para o mundo, tal como as exprimiu o Papa João Paulo II: “De Fátima irradia para todo o mundo uma mensagem de conversão e de esperança; uma mensagem que, em conformidade com a fé cristã, está profundamente inserida na história...

Sabe-se que o Papa, nas suas deslocações tem sempre uma particular atenção à situação da sociedade que visita, às problemáticas que a marcam, às características que a definem.

A sua presença aqui em Portugal nos próximos dias pode ser uma oportunidade para todos, católicos e não católicos, no contexto actual recuperarem, aprofundarem, destacarem o combate sustentado à pobreza, a recuperação da solidariedade assente em princípios fundamentais de justiça, a alteração de paradigmas de comportamento face ao consumo e à fruição dos bens comuns, a defesa dos valores fundamentais da vida e da família.

Será também uma oportunidade para provocar a (re)dinamização das estruturas da Igreja, nomeadamente no que se refere à necessária aproximação às circunstâncias concretas dos tempos em que vivemos, para que seja referência permanente e segura da mensagem de Cristo.

Bento XVI não vai trazer a fórmula infalível da transposição da mensagem de Cristo para a realidade; eu, como cidadão português gostava que trouxesse para a vida do Portugal vergado a confiança, o optimismo e a esperança de que todos sentem falta. E seria importante que esta mensagem não chegasse só a quem tem a bênção de Acreditar, e sente que a fé lhe assiste.

“Contigo caminhamos na esperança”, é o lema desta viagem apostólica de Bento XVI a Portugal

Palavras importantes, um caminho que não se faz sozinho, e que se envolve de esperança. A esperança, à semelhança da saudade típica dos portugueses, não é invocada só por quem acredita, e vive na fé que Sua Santidade vem anunciar. Tem esperança quem vive, quem produz, quem cria, quem ama, quem peca e se converte de novo, quem caminha, quem tem filhos e cadilhos, quem perde o norte, quem adoece, quem vive estigmas sociais. A esperança é de todos. Ora aqui poderá estar uma luz para que quem não acredita possa ter esperança.

(em Portugal, António Pinheiro)







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