2010-05-09 12:52:42

REFLEXÃO PARA O VI DOMINGO DA PÁSCOA


Cidade do Vaticano, 09 mai (RV) - Na Liturgia deste domingo, o texto do Evangelho segundo João (14,23-29) nos coloca na expectativa da vinda do Espírito Paráclito (advogado); nos faz refletir sobre o amor; e nos lança no desafio da paz. Some-se a isso, a importância da Igreja, unida ao Espírito, nas decisões universais da fé.

É no Espírito Santo que podemos entender o mistério de Jesus em si mesmo, na sua vida, nos seus ensinamentos e na sua paixão, morte e ressurreição. O Espírito nos foi enviado para nos recordar tudo o que Jesus nos disse e, ainda, fazer-nos enxergar o mesmo Cristo como única verdade que conduz ao Pai. O Espírito nos impulsiona ao amor, ressuscita-nos e nos faz enamorados de Deus; torna-nos, ainda, capazes de fixar os olhos em Deus e, por causa dele, na direção da humanidade.

O Espírito nos revela o sentido legítimo do amor, quando nos faz entender o mistério da cruz de Cristo. Em Jesus, o amor se define como OBLATIVIDADE, porque é entrega total de si, tendo como objetivo exclusivo a salvação do outro. Nesta forma de amar, encontramos o sentido da paz desejada por Jesus para os seus discípulos.

A linguagem do amor nos faz entender melhor a verdade. Momentos de crise podem ser superados, quando agimos em função da verdade em si e do bem do outro, tendo como modelo Jesus Cristo, referência e condição absolutas. A crise estabelecida em Antioquia (At 15,1-2.22-29) foi resolvida por ação do Espírito Santo, que fez com que a Igreja enxergasse a verdade a partir de Cristo e não da Lei.

Também hoje, diante de tantos desafios, como a indiferença religiosa de muitos, o ateísmo de outros, o crescente “mercado” da fé, isto é, do uso da Palavra de Deus para fins lucrativos, o que chamamos de capitalismo religioso; além dos escândalos de modo geral e dos ataques à Igreja, faz-se necessário colocarmos em prática nossa realidade cristã, à semelhança de Jesus Cristo, que sempre foi todo para o Pai e todo para nós. Em Jesus a experiência do amor estava presa à verdade de sua Pessoa. É dessa forma que precisamos falar ao mundo. Precisamos, antes de tudo, ser convictos do que ensinamos, para que a verdade, o amor e a fé transpareçam naturalmente e atinjam os corações.

Devemos assumir aquilo que Cristo fez de nós: somos o novo Israel, o novo Povo de Deus. Fomos inseridos em Cristo, Cordeiro imolado e ressuscitado. Com ele, morremos e ressuscitamos no batismo. E, como nos quer sugerir a segunda leitura de hoje, se referindo a Ez 40-48 (Ap 21,10-14.22-23), em Cristo encontramos a perfeição.

Por meio do Cordeiro, Deus se revela de modo acessível e manifesta sua glória à sua Igreja, representada pela Jerusalém celeste, que tem como realidade central o Cordeiro, nosso Verdadeiro Templo e Lâmpada que nos concede a glória. E merecemos essa glória quando vivemos segundo o Cordeiro de Deus, mediante uma vida de obediência à vontade Deus e uma profunda dedicação ao próximo.

Que o Espírito Santo nos impulsione à Nova Realidade: viver segundo o Filho de Deus, a fim de que, uma vez estabelecido o Reino de verdade e paz, amor e justiça, possamos gozar da eternidade, isto é, da comunhão eterna com Deus. Amém. RealAudioMP3

Pe. Erinaldo de Lima







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