2010-05-07 11:33:05

URBANIZAÇÃO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES


Genebra, 07 mai (RV) - Amanhã, sábado, 8 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Nesta data, a Organização lembra que cada pessoa pode fazer a diferença através de ações positivas nas comunidades.

Este ano, a Cruz Vermelha Internacional está reiterando o apelo global para os desafios e oportunidades apresentadas pela urbanização. A entidade alerta para os principais problemas nas cidades, como a violência, pobreza, escassez de comida, falta de atendimento de saúde, acesso inadequado à água e saneamento e vulnerabilidade.

Muitos centros urbanos também são diretamente afetados por conflitos armados ou outras situações de violência, segundo o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger.

Ele cita cidades como Bagdá, Cabul, Nairobi e Rio de Janeiro como exemplos de situações que podem causar sofrimento humano severo, mesmo em cidades onde não há guerra.

De acordo com a Cruz Vermelha, a devastação recente no Haiti lembra o mundo sobre o impacto que os desastres podem ter em áreas urbanas densamente povoadas.

Pela primeira vez, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas, um número que deve chegar a 60% em 2030. Só as cidades nos países em desenvolvimento serão responsáveis por 95% desse crescimento nas próximas duas décadas.

O site da Organização publica uma declaração conjunta dos presidentes da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha por ocasião do Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de 2010. Leia a integra:

“Em novembro de 2007, na Conferência Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, os Estados e os delegados do nosso Movimento identificaram a violência urbana como um importante desafio humanitário para enfrentarmos juntos. Nosso Movimento reconhece que este é um dos desafios humanitários mais prementes que as comunidades do mundo inteiro enfrentam.

A urbanização não é um fenômeno novo. O que é novo é que, pela primeira vez na história, há mais pessoas vivendo em áreas urbanas do que em áreas rurais. Até 2030, os moradores de zonas urbanas serão responsáveis por 60% da população mundial e a maioria delas estará em países em desenvolvimento.

A urbanização trouxe consigo um crescente sentido de vulnerabilidade entre muitos moradores das cidades frente à insegurança, à exposição a perigos e ao acesso insuficiente a serviços básicos como água, alimentos e assistência médica. Como resultado, nosso trabalho humanitário se torna ainda mais complexo, às vezes mais crucial e mais necessário do que nunca.

Escolhemos o tema da urbanização para o Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho como um símbolo da nossa solidariedade inabalável para com o povo haitiano e os moradores de Porto Príncipe. O sofrimento das vítimas do terremoto demonstra o nível de vulnerabilidade das áreas densamente povoadas com relação às trágicas consequências de um desastre. Mas esta catástrofe também gera uma extraordinária onda de apoio e socorro para os sobreviventes e destaca a enorme habilidade dos haitianos de se ajudarem uns aos outros, como demonstrou o incansável trabalho da Cruz Vermelha Haitiana.

O tema também nos dá uma oportunidade de lembrar e informar as pessoas sobre todo o trabalho que o Movimento já vem realizando em povoados e cidades do mundo inteiro. As Sociedades Nacionais se concentram em promover a diversidades, opor-se à discriminação e unir esforços para prestar serviços sociais decentes e garantir proteção adequada, atendimento médico preventivo, educação e que sejam tomadas medidas para a redução de desastres. Os voluntários da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho estão no centro das tentativas do Movimento de fortalecer as comunidades urbanas.

Há muitos exemplos para mostrar que nosso Movimento também é um Movimento urbano:
A Cruz Vermelha Colombiana trata a violência urbana por meio de uma variedade de programas: difusão de valores humanitários, direitos humanos e Direito Internacional Humanitário; iniciativas para combater a violência nas escolas e áreas urbanas carentes; assistência e apoio aos desabrigados e projetos para diminuir a violência de gênero.

A Cruz Vermelha Indonésia desenvolveu um impressionante programa de treinamento e prevenção de riscos de desastres que tem como objetivo as comunidades mais vulneráveis.
Esses exemplos mostram que nosso Movimento age como uma poderosa força impulsora de esperança, energia e criatividade diante dos desafios humanitários de nossos tempos. Eles ilustram o lema da nossa campanha, ‘Nosso mundo. Sua ação.’, fazendo-nos lembrar que cada um de nós representa um papel para podermos viver em nosso planeta no espírito da tolerância, solidariedade e harmonia”.

O documento é assinado por Tadateru Konoé, presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho; e Jakob Kellenberger, Presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização humanitária, independente e neutra, que se esforça em proporcionar proteção e assistência às vítimas da guerra e de outras situações de violência. Com sede em Genebra, Suíça, desfruta de um mandato da comunidade internacional para servir de guardião do Direito Internacional Humanitário, além de ser o órgão fundador do Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em seu constante diálogo com os estados, o CICV insiste continuamente em seu caráter neutro.

No Brasil, a CV atua em situação de calamidades, enchentes, catástrofes, epidemias, além do trabalho social voltado para ajudar pessoas carentes e em situação de vulnerabilidade. Trabalha sempre em apoio ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e é reconhecida pelo Governo para auxiliar os poderes na área social.

A Cruz Vermelha foi fundada em 1859 em Genebra na Suíça, existe em 189 países e está presente no Brasil desde 1908. Seu primeiro presidente foi o cientista Oswaldo Cruz. O trabalho prestado pelo cidadão ligado à Cruz Vermelha é voluntário e sem vínculo direto.
(ONU - CM)







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