Genebra, 07 mai (RV) - Amanhã, sábado, 8 de maio, celebra-se o Dia Mundial
da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Nesta data, a Organização lembra que cada
pessoa pode fazer a diferença através de ações positivas nas comunidades.
Este
ano, a Cruz Vermelha Internacional está reiterando o apelo global para os desafios
e oportunidades apresentadas pela urbanização. A entidade alerta para os principais
problemas nas cidades, como a violência, pobreza, escassez de comida, falta de atendimento
de saúde, acesso inadequado à água e saneamento e vulnerabilidade.
Muitos centros
urbanos também são diretamente afetados por conflitos armados ou outras situações
de violência, segundo o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob
Kellenberger.
Ele cita cidades como Bagdá, Cabul, Nairobi e Rio de Janeiro
como exemplos de situações que podem causar sofrimento humano severo, mesmo em cidades
onde não há guerra.
De acordo com a Cruz Vermelha, a devastação recente no
Haiti lembra o mundo sobre o impacto que os desastres podem ter em áreas urbanas densamente
povoadas.
Pela primeira vez, mais da metade da população mundial vive em áreas
urbanas, um número que deve chegar a 60% em 2030. Só as cidades nos países em desenvolvimento
serão responsáveis por 95% desse crescimento nas próximas duas décadas.
O site
da Organização publica uma declaração conjunta dos presidentes da Federação Internacional
das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e do Comitê Internacional
da Cruz Vermelha por ocasião do Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
de 2010. Leia a integra:
“Em novembro de 2007, na Conferência Internacional
da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, os Estados e os delegados do nosso Movimento
identificaram a violência urbana como um importante desafio humanitário para enfrentarmos
juntos. Nosso Movimento reconhece que este é um dos desafios humanitários mais prementes
que as comunidades do mundo inteiro enfrentam.
A urbanização não é um fenômeno
novo. O que é novo é que, pela primeira vez na história, há mais pessoas vivendo em
áreas urbanas do que em áreas rurais. Até 2030, os moradores de zonas urbanas serão
responsáveis por 60% da população mundial e a maioria delas estará em países em desenvolvimento.
A urbanização trouxe consigo um crescente sentido de vulnerabilidade entre
muitos moradores das cidades frente à insegurança, à exposição a perigos e ao acesso
insuficiente a serviços básicos como água, alimentos e assistência médica. Como resultado,
nosso trabalho humanitário se torna ainda mais complexo, às vezes mais crucial e mais
necessário do que nunca.
Escolhemos o tema da urbanização para o Dia Mundial
da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho como um símbolo da nossa solidariedade inabalável
para com o povo haitiano e os moradores de Porto Príncipe. O sofrimento das vítimas
do terremoto demonstra o nível de vulnerabilidade das áreas densamente povoadas com
relação às trágicas consequências de um desastre. Mas esta catástrofe também gera
uma extraordinária onda de apoio e socorro para os sobreviventes e destaca a enorme
habilidade dos haitianos de se ajudarem uns aos outros, como demonstrou o incansável
trabalho da Cruz Vermelha Haitiana.
O tema também nos dá uma oportunidade
de lembrar e informar as pessoas sobre todo o trabalho que o Movimento já vem realizando
em povoados e cidades do mundo inteiro. As Sociedades Nacionais se concentram em promover
a diversidades, opor-se à discriminação e unir esforços para prestar serviços sociais
decentes e garantir proteção adequada, atendimento médico preventivo, educação e que
sejam tomadas medidas para a redução de desastres. Os voluntários da Cruz Vermelha
e do Crescente Vermelho estão no centro das tentativas do Movimento de fortalecer
as comunidades urbanas.
Há muitos exemplos para mostrar que nosso Movimento
também é um Movimento urbano: A Cruz Vermelha Colombiana trata a violência urbana
por meio de uma variedade de programas: difusão de valores humanitários, direitos
humanos e Direito Internacional Humanitário; iniciativas para combater a violência
nas escolas e áreas urbanas carentes; assistência e apoio aos desabrigados e projetos
para diminuir a violência de gênero.
A Cruz Vermelha Indonésia desenvolveu
um impressionante programa de treinamento e prevenção de riscos de desastres que tem
como objetivo as comunidades mais vulneráveis. Esses exemplos mostram que nosso
Movimento age como uma poderosa força impulsora de esperança, energia e criatividade
diante dos desafios humanitários de nossos tempos. Eles ilustram o lema da nossa campanha,
‘Nosso mundo. Sua ação.’, fazendo-nos lembrar que cada um de nós representa um papel
para podermos viver em nosso planeta no espírito da tolerância, solidariedade e harmonia”.
O documento é assinado por Tadateru Konoé, presidente da Federação Internacional
das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho; e Jakob Kellenberger, Presidente
do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha
(CICV) é uma organização humanitária, independente e neutra, que se esforça em proporcionar
proteção e assistência às vítimas da guerra e de outras situações de violência. Com
sede em Genebra, Suíça, desfruta de um mandato da comunidade internacional para servir
de guardião do Direito Internacional Humanitário, além de ser o órgão fundador do
Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em seu constante diálogo com os
estados, o CICV insiste continuamente em seu caráter neutro.
No Brasil, a CV
atua em situação de calamidades, enchentes, catástrofes, epidemias, além do trabalho
social voltado para ajudar pessoas carentes e em situação de vulnerabilidade. Trabalha
sempre em apoio ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e é reconhecida pelo Governo
para auxiliar os poderes na área social.
A Cruz Vermelha foi fundada em 1859
em Genebra na Suíça, existe em 189 países e está presente no Brasil desde 1908. Seu
primeiro presidente foi o cientista Oswaldo Cruz. O trabalho prestado pelo cidadão
ligado à Cruz Vermelha é voluntário e sem vínculo direto. (ONU - CM)