Cidade do Vaticano, 05 mai (RV) - O céu cinzento não desencorajou fiéis e peregrinos
a participarem esta quarta-feira da Audiência Geral na Praça S. Pedro.
Em sua
catequese, Bento XVI falou da missão dos sacerdotes de santificar. Santificar uma
pessoa significa colocá-la em contato com Deus, com o ser de Deus que é verdade absoluta,
bondade, amor e beleza. Este contato não pode acontecer somente como fruto do esforço
do homem, mas é o próprio Deus quem o realiza. Parte essencial da graça do sacerdócio
é o dom e a missão de criar este contato, que se realiza no anúncio da palavra de
Deus e, de um modo particularmente denso, nos sacramentos.
De fato, podemos
receber a salvação somente de Deus, que nos atrai e opera em nós por meio de realidades
materiais que Ele mesmo escolheu. Por isso, afirmou o papa, é preciso que os sacerdotes
se dediquem com generosidade à administração dos sacramentos, a dar a seus irmãos
o tesouro da graça que Deus colocou em suas mãos, não como proprietários, mas como
servidores. E, junto a isso, ajudar os fiéis a viverem plenamente a liturgia, o culto
e os sacramentos como dom divino gratuito e eficaz para a salvação.
Para um
resumo de sua catequese, vamos ouvir o Papa e a saudação que fez aos portugueses,
em vista de sua viagem a Portugal na próxima semana:
"Queridos
irmãos e irmãs, os sacerdotes são um grande dom para a Igreja e para o mundo; através
do seu ministério, o Senhor continua a salvar os homens, a tornar-se presente e a
santificar. Como o Santo Cura d’Ars, sejam generosos na distribuição dos tesouros
da graça que Deus colocou em nossas mãos. Uma saudação cordial aos grupos do Brasil,
designadamente aos fiéis do Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Botucatu, e demais
peregrinos de língua portuguesa. Com a Virgem Maria, neste mês que Lhe é especialmente
dedicado, imploremos o Espírito de Amor sobre todos os sacerdotes para que sejam pastores
segundo o coração de Deus. Sobre vós, vossas famílias e paróquias, desça a minha Bênção.
Aproveito este momento para enviar uma saudação particular ao querido povo de Portugal,
país com uma história muito ligada ao Papa, bispo de Roma. Para lá partirei na próxima
terça-feira, aceitando o convite que me foi feito pelo Senhor Presidente da República
e pela Conferência Episcopal Portuguesa. Sinto-me muito feliz por poder visitar as
«Terras de Santa Maria», no décimo aniversário da beatificação dos Pastorinhos de
Fátima, Francisco e Jacinta Marto. A todos, sem excluir ninguém, saúdo cordialmente.
Até breve, em Lisboa, Fátima e Porto!".
No final da Audiência, o papa fez
um apelo pelo fim das armas nucleares, ao mencionar a 8° Conferência sobre o Tratado
de Não-proliferação, em andamento em Nova Iorque desde segunda-feira.
O pontífice
recordou que o processo rumo a um desarmamento nuclear seguro está estreitamente ligado
ao respeito dos compromissos internacionais assumidos neste campo.
"De fato,
a paz tem como base a confiança e o respeito pelas obrigações assumidas, e não somente
o equilíbrio das forças. E neste espírito, encorajo as iniciativas que perseguem um
progressivo desarmamento e a criação de regiões livres das armas nucleares, na perspectiva
de sua completa eliminação do planeta."
Por fim, Bento XVI exortou todos os
participantes da reunião de Nova Iorque a superarem os condicionamentos da história
e a tecerem pacientemente a trama política e econômica da paz, para ajudar o desenvolvimento
humano integral e as autênticas aspirações dos povos. (BF)