A saudação cordial do Papa ao querido povo de Portugal, na audiência geral, com um
apelo a um mundo livre das armas nucleares. A catequese centrada numa das dimensões
do ministério sacerdotal: a missão de santificar através dos sacramentos da Igreja
(5/5/2010) A poucos dias da sua partida para Portugal, Bento XVI aproveitou a audiência
geral desta quarta-feira para dirigir uma “saudação cordial” ao “querido povo de
Portugal”, “sem excluir ninguém”:
“Aproveito
este momento para enviar uma saudação particular ao querido povo de Portugal, país
com uma história muito ligada ao Papa, bispo de Roma. Para lá partirei na próxima
terça-feira, aceitando o convite que me foi feito pelo Senhor Presidente da República
e pela Conferência Episcopal Portuguesa. Sinto-me muito feliz por poder visitar as
«Terras de Santa Maria», no décimo aniversário da beatificação dos Pastorinhos de
Fátima, Francisco e Jacinta Marto. A todos, sem excluir ninguém, saúdo cordialmente.
Até breve, em Lisboa, Fátima e Porto!”
Tema da catequese desta audiência geral
foi uma das dimensões do ministério sacerdotal: a missão de santificar, através dos
sacramentos da Igreja. Num mundo onde se debilita a fé, ao mesmo tempo que cresce
a sede de espiritualidade, há que responder fielmente ao mandato de Jesus de “evangelizar
e santificar”. O “anúncio” realizado por Jesus – advertiu Bento XVI – não era constituído
apenas pelas palavras que pronunciava, mas por todo o seu agir, com os gestos, os
milagres, toda a sua vida e oferta. Quem salva o mundo é Jesus, Crucificado e Ressuscitado.
Só Ele nos traz a salvação. Há que tornar presente a oferta sacramental do Filho de
Deus. “É importante que os sacerdotes se empenhem em promover uma catequese adequada
para ajudar os fiéis a compreenderem o valor dos sacramentos, e se mostrem disponíveis
para distribuírem generosamente aos fiéis estes tesouros de que são administradores”.
Há que nunca separar anúncio, culto e sacramento: são dons gratuitos de Deus.
Mas
ouçamos a brevíssima síntese desta catequese, em português, seguida da costumada saudação
aos peregrinos presentes:
“Os sacerdotes são um grande dom para a Igreja
e para o mundo; através do seu ministério, o Senhor continua a salvar os homens, a
tornar-se presente e a santificar. Como o Santo Cura d’Ars, sejam generosos na distribuição
dos tesouros da graça que Deus colocou em nossas mãos.
Uma saudação cordial
aos grupos do Brasil, designadamente aos fiéis do Santuário Nossa Senhora da Piedade,
em Botucatu, e demais peregrinos de língua portuguesa. Com a Virgem Maria, neste mês
que Lhe é especialmente dedicado, imploremos o Espírito de Amor sobre todos os sacerdotes
para que sejam pastores segundo o coração de Deus. Sobre vós, vossas famílias e paróquias,
desça a minha Bênção. Decorrem nestes dias, em Nova Iorque, os trabalhos da VIII
Conferência de Exame do Tratado de não proliferação das armas nucleares. Recordando-o,
no final da audiência, Bento XVI observou que “o processo em direcção a um desarmamento
nuclear concertado e seguro se encontra estreitamente ligado com o pleno e solícito
cumprimento dos correspondentes compromissos internacionais”.
“De facto, a
paz repousa na confiança e no respeito das obrigações assumidas, e não apenas no equilíbrio
das forças. Nesse espírito, encorajo as iniciativas visando um desarmamento progressivo
e a criação de zonas livres das armas nucleares, na perspectiva da sua completa eliminação
do planeta.”
Finalmente, o Papa exortou todos os participantes na reunião
de Nova Iorque a “superarem os condicionamentos da história e a tecer pacientemente
a trama política e económica da paz, para ajudar ao desenvolvimento humano integral
e as autênticas aspirações dos povos”.