Cidade do Vaticano, 04 mai (RV) - No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa,
celebrado ontem, a Federação Internacional de Jornalistas noticiou que somente neste
ano, 27 jornalistas foram assassinados no mundo. No que se refere ao Brasil, um êxito
foi registrado: a aprovação da Lei de Acesso à Informação. A medida, que ainda deve
ser apreciada pelo Senado Federal e sanionada pelo Presidente da República, regula
o acesso às informações na administração pública e garante o compromisso com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
No mundo, entretanto, vigem o medo e a repressão
aos comunicadores. Intimidações e limitações aumentam a cada ano para estes profissionais.
Segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), sete jornalistas estão desaparecidos
em países da América Latina.
No México, nos últimos 12 meses, pelo menos 14
jornalistas foram assassinados e sete estão desaparecidos, e situação semelhante se
verifica em Honduras. Após o golpe de Estado Militar, em apenas 45 dias, sete comunicadores
foram vítimas de assassinatos.
A diretora Geral da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, disse ontem que esta
situação de medo e repressão preocupa, e convidou ontem todos os que comemoraram o
Dia Mundial de Liberdade de Imprensa a fazer um minuto de silêncio em memória daqueles
“a quem não podemos mais ajudar e em homenagem aos jornalistas que pagaram com suas
vidas pelo direito a informação”.
A organização Repórteres Sem Fronteiras
(RSF) divulgou lista com os quarenta “predadores” da livre expressão e do exercício
do Jornalismo no ano de 2009.
Na lista constam nomes de políticos internacionais,
funcionários de governos, milícias e organizações criminosas, o primeiro ministro
russo, Vladimir Putin, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, o líder líbio Muammar
Gaddafi, o presidente do Irã, a organização separatista basca ETA e o presidente cubano,
Raul Castro.
Muitos dos citados na lista desse ano são reincidentes, como os
grupos de traficantes de droga e paramilitares da América Latina, como as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc). (CM)