2010-05-01 12:44:13

EDITORIAL DIA DO TRABALHO


Cidade do Vaticano, 1° mai (RV) - Maio tem sido, ao longo dos anos, sinônimo de Maria, mês das noivas, mas também sinônimo de liberdade e motor de profundas transformações sociais e políticas: uma referência ao 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho, comemorado a partir de 1890 em quase todo o mundo. Passados todos estes anos, o que hoje pode parecer uma coisa evidente e consolidada, é fruto de uma história de lutas feita de avanços e recuos, vitórias e derrotas. Entre eles, a luta pelo horário de oito horas de trabalho.

O mundo se modernizou, se transformou, e com ele também as novas formas de organização do trabalho: a globalização veio trazer novos problemas que os trabalhadores têm que enfrentar. A exploração do trabalho infantil e da mulher, bem como dos imigrantes são um desafio permanente à imaginação e à capacidade de organização dos trabalhadores.

A Igreja quis dar a este dia de ação e de festa uma dimensão de fé. Em 1955, o Papa Pio XII instituiu a Festa de São José Operário, a ser celebrada precisamente no dia 1º de maio de cada ano.

O trabalho domina o panorama da vida humana. Olhando para o mundo, criado por Deus, vemos que é continuamente transformado pela mão do homem que assim prolonga a obra da criação divina. Aqui reside a dignidade do trabalho humano. Ao celebrar a memória litúrgica de São José a Igreja entende promover esta espiritualidade do trabalho. “O Dia do Trabalho” é data memorável da luta humana pela dignificação do trabalho.

Neste contexto não podemos esquecer as orientações da Doutrina Social da Igreja, tão abundante e oportuna neste campo, acompanhando de perto os novos desafios, que se vão colocando constantemente ao mundo do trabalho, devido à evolução tecnológica e aos desenvolvimentos da economia de mercado, em que a competitividade se torna sempre mais agressiva.

Hoje diante da crise econômica mundial, o primeiro a pagar é o trabalhador, aquele que muitas vezes sem direitos, sem instrumento de defesa, sofre as conseqüências de mandos e desmandos que o colocam no último de grau de uma engrenagem que somente deve produzir, apesar de esmagar sonhos, esperanças e dignidades.

A Doutrina Social da Igreja propõe a solidariedade - a que chama “virtude” - como o meio necessário e indispensável para que a luta dos trabalhadores pela sua dignidade, seja eficaz.

Não se pense que este dia 1º de maio, herdeiro de uma forte tradição de luta operária, misturada com perseguições, prisões e até mortes, seja um dia triste. Não, porque nele também se recordam as conquistas - pequenas e grandes - que os trabalhadores em todas as partes do mundo foram conseguindo através dos tempos. Uma longa história que se deve recordar e celebrar. (SP) RealAudioMP3







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