2010-05-01 15:33:30

A gravidade da crise alimentar actual denunciada pela FAO


(1/5/2010) Alerta da Organização para a Alimentação e Agricultura, devido à crise económica e à subida dos preços dos alimentos nos últimos três anos.
"Em 2009, o número daqueles que sofrem de fome no mundo aumentou 105 milhões em relação a 2008 e o número ultrapassa hoje os mil milhões", afirmou Jacques Diouf, na abertura dos trabalhos da XXXI Conferência Regional da FAO para a América Latina e as Caraíbas, que decorreu no Panamá.
Destes mil milhões de pessoas, 642 milhões vivem na Ásia e no Pacífico, 265 milhões em África, 42 milhões na América Latina e nas Caraíbas e 15 milhões nos países desenvolvidos, explicou.  
Os países mais afectados são a República Democrática do Congo e a Eritreia, que têm 75% e 66% dos seus habitantes com fome, respectivamente. No Haiti, o país com mais fome nas Caraíbas, este é um problema que atinge 58% da população.  
África é sempre o continente mais afectado pela subnutrição, que atinge 28% da sua população.  
O director da FAO explicou que o aumento da subnutrição nos três últimos anos se deve à diminuição dos investimentos no sector agrícola, ao aumento do preço dos alimentos e à crise económica.  
Nos países em vias de desenvolvimento, as famílias gastam até 50% dos seus rendimentos com a alimentação, uma taxa que nos países desenvolvidos é de 20%.  
Jacques Diouf apelou a uma "política mundial de segurança alimentar", recomendando que esta política deve ter em consideração a necessidade de aumentar a produção agrícola em 70% nos países desenvolvidos e em 100% nos países em desenvolvimento, para garantir a alimentação de uma população que, em 2050, estará próxima dos 9,1 mil milhões de habitantes.  
De acordo com um relatório da FAO, "a gravidade da crise alimentar actual é o resultado de 20 anos de investimentos insuficientes na agricultura e do abandono" a que o sector foi votado. 








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