2010-04-30 12:46:48

LIÇÕES DE JOÃO PAULO II DIANTE DO SUDÁRIO


Cidade do Vaticano, 30 abr (RV) - Em sua visita pastoral, em 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II saudou todos os fiéis da Igreja de Turim, bem como todos os peregrinos vindos de todas as partes do mundo para contemplar Jesus Cristo por meio do sofrimento do Redentor, estampado no Sudário.

A visita de João Paulo II aconteceu justamente um ano após o terrível incêndio que quase destruiu o Sudário, "precioso Linho que pode nos servir de ajuda para melhor entendermos o mistério do amor do Filho de Deus por nós".

Na reflexão do Papa, podemos descobrir sete lições importantes sobre o Sudário, dando-nos um sentido teológico-espiritual do mistério da morte de Jesus.

Primeira lição: "Diante do Sudário, imagem intensa e de sofrimento inenarrável, desejo render graças ao Senhor por este dom singular, que solicita ao fiel atenção amorosa e disponibilidade plena às exigências do Senhor".

Segunda lição: "O Sudário é provocação à inteligência". Ao se expressar dessa forma, o Papa deixa claro que não se pode assumir uma posição dogmática prescindindo da investigação científica. É importante que diante do Sudário, cada um se coloque com uma verdadeira liberdade interior, respeitando a metodologia científica e a sensibilidade dos fiéis.

Terceira lição: o Sudário "é espelho do Evangelho" e exprime a paixão e a morte de Jesus; também se refere ao mesmo Jesus e convida todos a modelarem suas vidas à imagem daquele que se entregou por todos.

Quarta lição: o Papa nos recorda que o Sudário reflete também o sofrimento humano em todas as épocas, causado pelo próprio homem, motivado pelo egoísmo, principalmente nos tempos modernos, devido à incorreta aplicação do seu conhecimento para o bem da sociedade. Estamos diante de milhões de famintos, de guerras constantes, marginalizados em toda parte, pessoas torturadas, terrorismo e organizações criminais. Pelo Sudário, somos convidados a descobrir o ser humano, contemplando o mistério da dor, que conduz a humanidade à salvação.

Quinta lição: o Sudário também nos convida a uma descoberta da causa primeira da morte redentora de Jesus a partir de Jo 3,6: "amou tanto o mundo que deu seu Filho Unigênito"; e nos instiga, como um sussurro: "crede no amor de Deus, o maior tesouro dado à humanidade, e fugi do pecado, a maior desgraça da História".

Sexta lição: "O Sudário é também imagem de impotência: impotência diante da morte, na qual se revela a conseqüência extrema do mistério da Encarnação". Deus verdadeiramente se fez carne, assumindo-nos em tudo, menos o pecado. A morte indica a fragilidade da nossa humanidade assumida pelo Filho de Deus. O Verbo se fez fragilidade, porque se fez um de nós. Morreu por nós, mas não foi o fim. "A fé, recordando-nos a vitória de Cristo, comunica-nos a certeza de que o sepulcro não é objetivo último da existência. Deus nos chama à ressurreição e à vida imortal".

Sétima lição: "O Sudário é imagem do silêncio". Duplamente podemos entender esse silêncio: como incomunicabilidade na morte e como fecundidade na verdade e na vida.

João Paulo II concluiu seu discurso, na ocasião, dizendo que "oSudário nos apresenta Jesus no momento da sua máxima impotência e nos recorda que em sua anulação na morte está a salvação do mundo inteiro". (PJE)







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