2010-04-30 13:55:32

Bento XVI: é falimentar uma economia sem ética e sem respeito pela pelas pessoas. A solidariedade é o metro de avaliação de um sistema social


(30/4/2010) A derrocada da finança mundial mostrou que um sistema económico sem regras éticas, que promovam um desenvolvimento integral da pessoa e não só lucro, está destinado a falir. Esta é uma das considerações principais de Bento XVI na audiência concedida na manhã desta sexta feira aos participantes na plenária da Academia Pontifícia das Ciências, Aos peritos reunidos no Vaticano até ao próximo dia 4 para discutir sobre o tema “ a crise numa economia global. Projectar de novo o nosso caminho o Papa disse que a solidariedade entre as gerações deve ser reconhecida como um critério ético fundamental para julgar qualquer sistema social
“ A derrocada financeira mundial, como sabemos, mostrou a fragilidade do sistema económico actual e as instituições a ele ligadas. Além disso mostrou o erro do pressuposto com base no qual o mercado é capaz de se regular, para além da intervenção publica e do contributo de normas éticas internas.
Contra esta visão que, observou o Papa, deriva de um conceito empobrecido da vida económica – considerada uma espécie de mecanismo de auto-calibração guiada por interesses pessoais e de lucro - Bento XVI opôs os valores da Doutrina social da Igreja, condensados no Magistério da Caritas in veritate.
Mais do que uma espiral de produção e de consumo tendente a responder a necessidades humanas definidas, a vida económica deve ser vista correctamente como um exercício de responsabilidade humana, intrinsecamente orientada para a promoção da dignidade da pessoa, a prossecução do bem comum e o desenvolvimento integral - politico, cultural e espiritual - de indivíduos, famílias e sociedades..
Projectar de novo o caminho – prosseguiu o Santo Padre – quer dizer portanto repensar aqueles “standard globais e os objectivos que guiam e orientam a vida económica. A Igreja, salientou, afirma a existência de uma leia natural universal, cujos princípios foram inscritos por Deus na criação. Princípios, acrescentou, que são acessíveis á razão humana e como tais, devem ser adoptados como base para as opções praticas.
Como parte do grande património da sapiência humana, a leia moral natural, da qual a Igreja se apropriou, purificando-a e desenvolvendo-a á luz da Revelação cristã, serve como um farol, guia os esforços dos indivíduos e das comunidades a perseguir o bem e a evitar o mal, enquanto que orienta o seu empenho a construir uma sociedade autenticamente justa e humana.
Entre os princípios indispensáveis para plasmar uma visão ética da vida económica devem encontrar-se – afirmou Bento XVI – a promoção do bem comum, enraizada no respeito pela dignidade da pessoa humana em todos os sectores da produção e do comercio e nas instituições politicas e sociais, com uma responsabilidade comum em relação ás novas gerações.
A solidariedade entre as gerações doravante deve ser reconhecida como um critério ético fundamental para julgar qualquer sistema social. Estas realidades indicam a urgência de reforçar os procedimentos de governance da economia global, embora no respeito dos princípios de subsidiariedade . Porém, no fim, todas as decisões económicas e politicas devem ser dirigidas para a caridade na verdade, enquanto guarda a verdade e dirige a potencia libertadora da caridade para o meio das vicissitudes humanas contingentes e ás estruturas.








All the contents on this site are copyrighted ©.