2010-04-28 11:55:13

AMEAÇADOS POR USINA, ÍNDIOS SE MOBILIZAM


Brasília, 28 abr (RV) - Os índios Kayapó, da aldeia Piaraçu, divulgaram um comunicado no qual reafirmam que resistirão à construção da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, no Pará. O comunicado, publicado no site do Conselho Indigenista Missionário, CIMI, responde às declarações do presidente Lula, que classificou a atuação dos indígenas, ambientalistas, movimentos sociais e Ministério Público Federal como “insana”.

A decisão do Governo Federal de prosseguir com o projeto d a Usina e a realização do leilão para a escolha do consórcio que a deve construir, no último dia 20, acentuaram a indignação dos povos indígenas habitantes da área. Na última sexta-feira (23.04), os Kayapó paralisaram o tráfego da balsa que corta do Rio Xingu, na BR-080.

No comunicado, assinado pelo cacique Megaron Txucarramãe, os índios asseguram que enquanto o Presidente insistir em construir a barragem de Belo Monte, “nós vamos continuar aqui”.

O povo da Aldeia Piaraçu acusa a FUNAI, Fundação Nacional do Índio, de não tratar assuntos indígenas, não demarcar suas terras e não fiscalizá-las.

Em declarações à Agência Adital, o coordenador do Programa Xingu, André Villas Boas, do Instituto Socioambiental (ISA), diz que a reação dos indígenas é legítima, pois, ao sentir-se ameaçado, cada povo reage a sua maneira e em função de suas tradições culturais. “No caso dos Kayapó, a resposta traz o estilo guerreiro da etnia”.

Para o coordenador do ISA, “Lula tenta transferir responsabilidades ao dizer que ambientalistas devem apresentar projetos alternativos à Belo Monte para a geração de energia do país. O governo deve produzir informações e apresentá-las para que a sociedade possa opinar”.
André Villas Boas defende que o Brasil não pode ser dependente de uma única matriz energética e apenas das hidrelétricas, causadoras de graves prejuízos socioambientais. (CM)







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