TRABALHO ESCRAVO É TEMA DE CONGRESSO NO MATO GROSSO
São Félix do Araguaia, 27 abr (RV) - O Centro Comunitário da Prelazia de São
Félix do Araguaia sediou na semana passada o congresso "De 1970 a 2010: 40 anos de
luta pela erradicação do trabalho escravo. Como a sociedade pode combater essa chaga
social?”.
Promovido pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU),
em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Mato Grosso, o evento contou
com a participação de integrantes do próprio MPT, do Ministério Público Federal (MPF),
da Justiça do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do governo estadual
do Mato Grosso, além de representantes de movimentos sociais, entidades sindicais
e organizações civis envolvidas no enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo.
O
congresso abriu espaço tanto para o histórico da mobilização e para as conquistas
em torno do tema, como para problemas estruturais que persistem ao longo do tempo
e para outros aspectos que propiciam a continuidade do círculo vicioso da prática
criminosa.
Advogada da Prelazia de São Félix do Araguaia, Maria José Souza
Moraes deu mais detalhes dos primórdios, sublinhando as articulações que fortaleceram
o enfrentamento à escravidão.
O aumento representativo de operações e de libertações
registrados nos últimos anos fez parte da apresentação do auditor fiscal do trabalho
Leandro de Andrade Carvalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do
Mato Grosso (SRTE/MT). Com experiência na coordenação de operações do grupo móvel,
Leandro reconheceu as limitações existentes, mas frisou a reiterada disposição do
órgão no combate ao crime.
Da parte da sociedade civil, contudo, representantes
sindicais dos pequenos agricultores aproveitaram a ocasião para protestar contra a
desativação da unidade do Ministério Público do Trabalho em São Félix do Araguaia
(MT) e pediram a instalação de uma agência do Ministério do Trabalho e Emprego para
atender as demandas da região. Maria da Glória Borges da Silva, da Federação dos Trabalhadores
na Agricultura do Mato Grosso (Fetagri-MT), reclamou das denúncias de trabalho escravo
encaminhadas às autoridades competentes que não são fiscalizadas. (BF)