São Salvador, 26 abr (RV) - A Igreja Católica de El Salvador repudia a Lei
Anti-imigrantes aprovada no estado do Arizona pela governadora Jan Brewer na última
sexta-feira.
A Lei entrará em vigor 90 dias depois de aprovada e permitirá
deter pessoas suspeitas de ser imigrantes e abrir seus processos de deportação, caso
não possuam documentos regulares.
No Arizona há cerca de meio milhão de imigrantes,
a maioria de México, Guatemala, Honduras e El Salvador, muitos deles indocumentados.
Na opinião do Arcebispo de São Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, a entrada
em vigor da Lei violará os direitos humanos dos imigrantes, e é, portanto, inaceitável
em todos os sentidos. Em uma coletiva de imprensa, ontem, o expoente católico afirmou
que a Lei é “gravemente injusta, pois incrimina nossos irmãos indocumentados como
que fossem delinqüentes”.
Dom José Luis disse esperar que os EUA aprovem o
quanto antes uma reforma migratória integral que corrija leis arbitrárias como esta
e beneficie todos os imigrantes.
Grupos de latinos e defensores de direitos
humanos começaram a planificar um boicote ao Arizona em represália pela aprovação
da lei. Como parte do boicote, os caminhoneiros deixaram de recolher e deixar mercadorias
no território do Arizona.
A aprovação da Lei se deu não obstante os pedidos
dos governos de México, Guatemala e El Salvador para reconsiderar a medida. O próprio
Presidente Barack Obama opinou que a seu ver, a Lei é inadequada.
Em um comunicado,
o Governo salvadorenho assinala outro aspecto negativo da Lei: pode gerar discriminação
de pessoas por seu aspecto físico ou origem étnica. (CM)