Havana, 26 abr (RV) - Pelo terceiro domingo consecutivo, um pequeno grupo de
partidários do governo hostilizou as dissidentes conhecidas como Damas de Branco,
familiares de opositores presos em 2003, impedindo-as de marchar.
Integrantes
do grupo foram intimidadas ao término da missa dominical na Igreja de Santa Rita,
quando iniciavam sua caminhada pela Quinta Avenida em Havana. Ontem, em Cuba, realizaram-se
eleições para a escolha de 15 mil vereadores das assembléias municipais do país, que
são renovadas a cada dois anos e meio.
Assim como ocorrido no domingo 18 de
abril, um agente de segurança escoltado por duas mulheres policiais, enviados pelo
governo, comunicou às Damas de Branco que era necessária uma permissão oficial para
desfilar.
Os seguidores do Governo, levando bandeiras cubanas, detiveram o
grupo das Damas gritando slogans revolucionários e pedindo que “fossem embora”.
A
situação se prolongou durante mais de sete horas - desde o meio -dia até as 19h -
quando finalmente as mulheres aceitaram a proposta dos agentes de segurança de serem
transferidas do lugar em um ônibus.
As Damas de Branco se identificam por
vestir roupas dessa cor como símbolo de paz. Tradicionalmente, promovem reuniões,
protestos e caminhadas pelas ruas da capital cubana, reivindicando a libertação de
seus familiares, condenados a penas de até 28 anos de prisão. (CM)