Niamey, 26 abr (RV) – Cerca de sete milhões e 800 mil habitantes, ou seja,
60% da população: esse o dramático dado das pessoas que passam fome no Níger. Foi
o que revelou a Caritas local, que lança um apelo para que se tomem providências imediatamente
antes da chegada da estação das chuvas que torna impossível qualquer tipo de ajuda.
“Em algumas áreas não somente do Níger, mas de todo o Sahel Ocidental – lê-se em uma
nota – a situação já é dramática. Algumas pessoas se nutrem somente com plantas selvagens.
As ajudas devem chegar o quanto antes: dentro de 45 dias, terá início a estação das
chuvas e muitas regiões ficarão completamente isoladas”.
Por causa dessa crise
alimentar – continua a nota -, “muitas pessoas estão abandonando os seus vilarejos
para ir para a cidade ou para os países vizinhos. Muitas escolas fecharam pela falta
de estudantes e os campos não são mais cultivados”. “A crise alimentar – reafirma
a Caritas – foi subestimada”, mas se calcula que “em Burquina Faso, Mauritânia, Mali,
Níger, Nigéria setentrional e Chade mais de 800 mil crianças, com menos de cinco anos,
necessitam de curas adequadas por causa de uma grave desnutrição”. “A política ambiental
– afirma o Secretário-Geral de Caritas Níger, Raymond Yoro – é crucial para que as
intervenções humanitárias tenham sucesso”.
Portanto, a Caritas lança um apelo
para levar alimentos e gêneros de primeira necessidade a cerca 250 mil deslocados
em mais de 320 vilarejos, com particular atenção às crianças, às mulheres grávidas
e às mães que amamentam seus filhos. “Em uma primeira fase – conclui o responsável
pelas emergências para a Caritas Níger, Maliki Oumarou – devemos enfrentar a crise
alimentar. Mas depois, devemos iniciar um programa de reconstrução através do desenvolvimento
de projetos a longo prazo que se referem às atividades rurais”. (SP)