Cidade do México, 23 abr (RV) - A Suprema Corte de Justiça da Nação no México
decidiu nos dias passados não investigar o processo realizado no caso do assassinato
do Arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Jesus Posadas Ocampo, ocorrido em 24 de
maio de 1993 no aeroporto da mencionada cidade mexicana.
De maneira unânime
os magistrados resolveram não aceitar a solicitação apresentada pelo governador de
Jalisco, Emilio González Márquez, para que exercesse a faculdade de investigação de
violações graves de garantias que outorga a Constituição em seu artigo 97. Os ministros
lamentaram o homicídio do Cardeal, mas, concluíram que a Corte não deve intervir na
investigação de crimes.
O governador de Jalisco solicitou ao supremo tribunal
intervir neste assunto porque, em sua opinião, as autoridades que tiveram a seu cuidado
as averiguações do homicídio, durante a administração do presidente Carlos Salinas
de Gortari, e que, nesse momento, eram encabeçadas pelo procurador Jorge Carpizo,
incorreram em diversas irregularidades.
Segundo o analista Carlos Ramírez,
“a decisão de invocar o segundo parágrafo do artigo 97 Constitucional para formar
uma comissão especial da Corte Suprema para investigar fatos que suponham violações
graves de direitos humanos seria a penúltima instância para evitar a impunidade no
assassinato de Posadas”.
“Se a Corte mexicana disser que não”, como acaba de
acontecer, “então o caso passaria à Comissão Internacional de Direitos humanos da
OEA, Organização dos Estados Americanos”. Para os promotores da iniciativa, assinala,
“a Corte Suprema do México se converteu na última linha de luta contra o velho sistema
judicial mexicano e suas expressões de impunidade, corrupção e amparo político”. (SP)