DECLARAÇÃO ECUMÊNICA PEDE NOVA ESPIRITUALIDADE PARA LIDAR COM A NATUREZA
Cochabamba, 23 abr (RV) - Concluiu-se ontem em Cochabamba, na Bolívia, a Conferência
Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra.
No
final do evento, foi apresentada uma declaração ecumênica, na qual organizações e
personalidades cristãs insistem na função positiva que as religiões e a espiritualidade
podem desempenhar para obter uma coexistência mais harmoniosa entre a humanidade e
a natureza.
"As mudanças climáticas são o produto de uma mentalidade humana
que considera a natureza como objeto de dominação, exploração e manipulação, e o ser
humano como dono e medida" – lê-se na declaração.
Os signatários reconhecem
"que uma interpretação da tradição judaico-cristã contribuiu na história a fomentar
este tipo de antropocentrismo e a exploração indiscriminada da natureza, mal interpretando
a responsabilidade de cuidar da criação, a pedido de seu Criador".
A declaração
ecumênica pede uma nova espiritualidade de coexistência respeitosa, que se forje em
um diálogo entre os povos da Terra.
A coalizão organizou painéis sobre as religiões
– especialmente o Cristianismo – e as mudanças climáticas, assim como a apresentação
de publicações recentes sobre o tema.
Para o encarregado do Conselho Mundial
de Igrejas sobre Mudanças Climáticas, Dr. Guillermo Kerber, a Conferência dos Povos
ofereceu a oportunidade de escutar quem serão os mais afetados pelo clima.
A
finalidade do evento, convocado pelo Presidente boliviano, Evo Morales, foi unir os
defensores da natureza, analisar as causas estruturais que provocam as mudanças climáticas
e elaborar propostas e medidas em favor da vida e da sobrevivência da Mãe Terra. (BF)