Pará, 23 abr (RV) – Há expectativa no Pará para o julgamento de Regivaldo Pereira
Galvão, que no dia 30 de abril será julgado no Fórum Criminal de Belém pelo assassinato
da irmã Dorothy Mae Stang – trata-se do último dos fazendeiros a ser julgado pelo
crime.
Dinaílson Benassuly, coordenador do Comitê Dorothy, fala sobre o julgamento:
"A expectativa é de que a justiça aconteça, de que o principal mandante desse assassinato
seja condenado à pena máxima. Como ele é uma pessoa de alto poder aquisitivo, de uma
influência política muito grande em Altamira e tem advogados muito caros, a tendência
é que o embate seja realmente muito duro". Benassuly revela que há uma chance do julgamento
de Regivaldo ser adiado.
Vitalmiro Moura, outro acusado do crime, foi condenado,
no último dia 12, a 30 anos de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime
fechado.
A religiosa foi assassinada com seis tiros, aos 73 anos de idade,
em 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, no Estado do Pará.
De acordo
com o coordenador, o crime foi minuciosamente premeditado, ficando comprovada a participação
hierárquica de mandantes, intermediários e executores. E completa: "No cenário dos
conflitos agrários no Brasil, seu nome (Dorothy Stang) associa-se aos de tantos outros
que morreram e ainda morrem no campo da Amazônia, sem ter seus direitos respeitados".
(BF)