2010-04-22 13:58:00

Representante da Santa Sé nas Nações Unidas pede á comunidade internacional que defenda os valores e a cultura dos povos indígenas



(22/4/2010) A devastadora crise financeira atingiu duramente também as populações indígenas. Tendo em conta este cenário, a Santa Sé alargou os próprios programas e projectos para um melhoramento global das suas condições de vida. Foi o que sublinhou terça feira o observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, o arcebispo Celestino Migliore, intervindo em Nova Iorque na nona sessão do fórum da ONU sobre as questões indígenas.
É encorajador constatar que após a adopção da Declaração dos Direitos dos Povos indígenas, não obstante a crise e as dificuldades nalguns sectores, foram realizados progressos prometedores sobre questões que dizem respeito a estas populações. Esforços dignos de louvor- recorda o arcebispo Celestino Migliore – foram envidados, em particular, para preservar cultura e património de tais povos. A mudança das politicas de desenvolvimento a favor das respectivas culturas locais, incluindo aquelas indígenas, é esperado desde há tempo. Integrando cultura e desenvolvimento conseguir-se-ão sem duvida resultados eficazes. A Santa Sé - explicou o prelado – sublinha em particular a dimensão da identidade cultural e considera fundamental ter uma visão integral do desenvolvimento a favor do bem estar do homem inteiro e da comunidade inteira. O objectivo do desenvolvimento está indissoluvelmente ligado á luta contra a pobreza e a estilos de vida sustentáveis. A visão tradicional indígena de desenvolvimento – salientou o arcebispo Celestino Migliore – concentra-se no desenvolvimento humano integral, e considera sagrados a terra e o ambiente. Os recursos de que dispõe o homem não devem ser reduzidos a simples actividades económicas. Além da dimensão económica, o desenvolvimento deve prever também elementos sociais, culturais e espirituais. Devem ser respeitados – afirma o arcebispo Celestino Migliore o desejo de viver em forte simbiose com a natureza e a profunda consciência religiosa dos povos indígenas. Sustentar a cultura indígena não significa voltar sempre ao passado, mas caminhar para a frente mantendo valores e princípios. Perante a modernização, a industrialização e a urbanização, estes valores não devem ser esquecidos. Isto torna necessário promover a compreensão e o respeito da cultura indígena. Os povos indígenas – afirmou a concluir o arcebispo Celestino Migliore – devem ser capaz de escolher a sua língua, praticar a própria religião e participar activamente em modelar a sua cultura. Preservar o próprio património cultural, a promoção das línguas indígenas e a educação intercultural é crucial. Neste espírito a Santa Sé promove centros de estudo de línguas indígenas, muitas vezes a risco de extinção. E está empenhada na promoção do desenvolvimento cultural, finalizado ao enriquecimento humano e espiritual das populações








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