Cidade do Vaticano, 22 abr (RV) - Pastor é aquele que cuida das ovelhas, do
rebanho que lhe foi confiado. As ovelhas ouvem sua voz e seguem sua proposta como
condição para uma vida sadia e defesa. Ele precisa ser bom para ser seguido.
O
Bom Pastor não é dominador, não é como o dirigente que só quer poder, e abate a voz
de seus dirigidos. O verdadeiro bom pastor é aquele que ajuda o povo a construir o
seu próprio destino na vida.
Na Páscoa identificamos Jesus como o Bom Pastor,
Aquele que dá a vida, dá alimento para as suas ovelhas. O seu propósito é que todas
as pessoas tenham vida e sejam tratadas com dignidade.
A sociedade hodierna
é marcada pela injustiça e pela opressão. O povo sofre as consequências disto e nem
sempre é acudido pelos poderes constituídos. As pessoas ficam como ovelhas sem pastor.
Muitas
atitudes impedem a dignidade do povo em nosso país. Podemos citar o latifúndio, os
abusivos impostos, a monocultura que sacrifica a agricultura familiar, a violência
etc.
As consequências de tudo isto são a fome, o empobrecimento, as doenças,
o endividamento e o desemprego. Com isto o povo vai ficando marginalizado e refém
da elite dominante.
Além do poder político e econômico, temos também o poder
da religião e, em nome dela, muitos são explorados e forçados a um sacrifício que
afeta as suas economias.
É importante ter em vista que a salvação não está
no templo, na religião, mas na construção do Reino de Deus. No Reino, o pastor tem
que dar testemunho autêntico de vida.
O Bom Pastor arranca o povo da cegueira
para assumir o verdadeiro projeto de vida, o poder-serviço, em favor da justiça. Ele
trata a todos com carinho e quer sua libertação do que é injusto.
Os nossos
políticos deveriam se identificar com o Bom Pastor! Na corrida para as eleições, o
momento é de descoberta de quem tem o perfil do Bom Pastor. Há muitos maus pastores
por aí, que se apresentam como bons. Cuidado!
Dom Paulo Mendes Peixoto Bispo
de São José do Rio Preto.