PAPA RECORDA VISITA A MALTA: UM NAUFRÁGIO PODE DAR LUGAR A UMA NOVA VIDA
Cidade do Vaticano, 21 abr (RV) - Nesta quarta-feira, dia de Audiência Geral,
Bento XVI se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro.
Hoje, o Papa
falou de sua recente viagem a Malta, onde se celebram os 1950 anos do naufrágio de
São Paulo em suas costas e de sua estada na ilha durante três meses.
Para o
Pontífice, a providência dispôs que o Evangelho chegasse prontamente a Malta, cuja
história esteve e está intimamente unida ao Cristianismo, buscando na visão cristã
a resposta aos novos desafios.
Bento XVI recordou algumas etapas da visita,
como a peregrinação à chamada "gruta de São Paulo", que o fez pensar em como o Apóstolo
manteve a confiança no Senhor em meio à tempestade, e como um naufrágio pode dar lugar
também a uma nova vida. O Papa recordou ainda o encontro "entusiasta" com os jovens,
e sua exortação a não terem medo, pois o Amor de Deus é maior do que qualquer borrasca.
O Pontífice destacou o acolhimento que recebeu, sempre muito caloroso, e reiterou
seus agradecimentos às autoridades, aos bispos e a todos que prepararam e participaram
da visita.
"Malta e Gozo são ilhas, mas não estão isoladas: ofereceram e continuam
oferecendo muitos missionários do Evangelho, a exemplo de São Paulo; e enfrenta os
problemas de hoje em colaboração com outros países, mantendo grande apego a sua terra,
a suas tradições e a sua fé."
Ouça o resumo da catequese em português, e a
saudação de Bento XVI aos peregrinos de língua portuguesa, em especial aos curitibanos
e paulistas: "Queridos irmãos e irmãs. No sábado e domingo passados, Deus concedeu-me
poder visitar Malta que celebra os mil novecentos e cinquenta anos do naufrágio de
São Paulo nas suas costas e os sucessivos três meses de permanência evangelizadora
do Apóstolo na ilha. Assim nasceu uma comunidade cristã fiel ao Evangelho que se esforça
por conjugá-lo com as complexas questões do nosso tempo. Sinal disso é, por exemplo,
o fato de o povo maltês se manter firme no respeito pela vida nascitura e pela sacralidade
do matrimônio, decidindo não introduzir o aborto nem o divórcio no ordenamento jurídico
do País. Com um vivo sentido de Deus e da Igreja, muitos jovens abraçam o chamamento
de Jesus para ser presbíteros, aceitando partir para terras distantes a exemplo de
São Paulo que levara o Evangelho aonde não tinha ainda chegado. Amados peregrinos
brasileiros de Curitiba e do Estado de São Paulo, quis partilhar convosco esta experiência
que vivi com a Igreja de Malta e Gozo, na esperança de contar com a vossa oração e
solidariedade por eles. Assim me ajudareis a levar o peso da missão que o Senhor há
cinco anos me confiou. Nesta comunhão de sentimentos, vos agradeço e formulo votos
de felicidades para vossas famílias e comunidades cristãs, e a todos abençoo".
Por fim, ao saudar os jovens, doentes e recém-casados, o Papa recordou que
no próximo domingo, VI do período de Páscoa, se celebra o Dia de oração pelas vocações.
(BF)