2010-04-21 19:45:17

DOM MIGLIORE: RESPEITAR A CULTURA DOS POVOS INDÍGENAS


Nova Iorque, 21 abr (RV) - "A devastadora crise financeira afetou duramente também os povos indígenas. Considerando este cenário, a Santa Sé ampliou seus projetos em favor do melhoramento das condições de vida das populações indígenas": foi o que disse, ontem, em Nova Iorque, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, em seu discurso por ocasião da 9ª Sessão do Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas.

"Não obstante a crise econômica e as dificuldades em alguns setores é encorajador constatar que depois da adoção da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas foram dados passos positivos sobre questões relativas a estas populações" – frisou Dom Migliore, recordando que vários esforços foram realizados em favor da preservação da cultura e do patrimônio dos povos indígenas.

Segundo o prelado, integrando cultura e desenvolvimento é possível esperar resultados eficazes. A Santa Sé chama a atenção para a dimensão da identidade cultural e considera fundamental a visão global do desenvolvimento que visa o bem-estar do ser humano e sua comunidade.

Segundo Dom Migliore, o objetivo do desenvolvimento está ligado à luta contra a pobreza e em prol de estilos de vida sustentáveis. "A visão tradicional indígena de desenvolvimento visa o progresso humano em sua integridade e considera como sagrado a Terra e o meio ambiente" – disse ainda o prelado.

Além da dimensão econômica o desenvolvimento deve considerar os elementos sociais, culturais e espirituais. "Devem ser respeitados o desejo de viver em forte simbiose com a natureza e a profunda consciência religiosa dos povos indígenas. Apoiar a cultura dos povos indígenas não significa voltar ao passado, mas ir adiante conservando valores e princípios" – ressaltou ainda Dom Migliore.

Segundo o arcebispo, diante da modernização, da industrialização e da urbanização, torna-se necessário promover a compreensão e o respeito pela cultura dos povos indígenas.

"Neste sentido a Santa Sé promove centros de estudos de línguas indígenas, muitas vezes em risco de extinção, e está engajada na promoção do desenvolvimento cultural em favor do enriquecimento humano e espiritual das populações indígenas" – concluiu Dom Migliore. (MJ)







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