Maus exemplos e silêncio do clero impedem despertar das vocações
(20/4/2010) O bispo de Beja, D. António Vitalino, considera que “os maus exemplos
de alguns ministros ordenados da Igreja e o silêncio e perplexidade de outros não
ajudam no despertar das vocações”. O prelado assinala que os escândalos ganharam
maior relevo precisamente no “Ano Sacerdotal”, que a Igreja dedica aos padres, mas
acredita que “esta crise é de fermentação e de revigoramento” dos organismos eclesiais
e da sociedade, refere em texto divulgado esta Terça-feira. Depois de sublinhar
que os apóstolos são os modelos inspiradores do anúncio da mensagem cristã, o bispo
realça o testemunho de todos os que “em ambientes de hostilidade e perseguição” se
dedicaram à transmissão dos valores evangélicos, sobretudo dos que morreram nessa
missão. “Os jovens, as famílias e a sociedade precisam do bom testemunho daqueles
que Deus chama para a missão da Igreja", o mesmo acontecendo com “aqueles que começam
a discernir os sinais do seu chamamento”, sublinha D. António Vitalino. A mensagem,
dedicada à 47.ª Semana Mundial de Oração pelas Vocações, que termina Domingo, inclui
um agradecimento a “todos os sacerdotes que, entre muitas dificuldades, se mantêm
fiéis a Cristo e à sua missão” e pede aos católicos para rezarem pelas vocações, formadores
e padres. A palavra “vocação” é utilizada, entre outros sentidos, para designar
o chamamento que Deus faz a uma pessoa para, se essa for a sua vontade, optar por
um determinado estado de vida ou actividade que testemunhe e divulgue a mensagem cristã. Esta
Semana de Oração, que se realiza anualmente, expressa a convicção da Igreja de que
as vocações são exclusivamente dadas por Deus, pelo que os católicos devem pedir-lhe
que as suscite.