BISPO MEXICANO LAMENTA MORTE DE CIVIS NA GUERRA AO NARCOTRÁFICO
Cidade do México, 20 abr (RV) - O Bispo da diocese da cidade mexicana Ecatepec,
Dom Onésimo Cepeda Silva, questionou hoje a política do presidente Felipe Calderón,
lamentando as mortes decorrentes da guerra travada contra o narcotráfico.
Segundo
Dom Cepeda Silva, a guerra de Felipe Calderón, anunciada em dezembro de 2006 contra
os grupos de narcotraficantes, "tem custado muito para a sociedade, mas, sobretudo,
tem sido muito dolorosa", comentando os recentes dados divulgados pelo governo, de
que a morte de 2.270 civis foi uma questão de "efeito colateral".
"Toda guerra
que se conheça tem como dano colateral a morte de inocentes" – acrescentou o bispo,
afirmando, todavia, que acabar com a luta neste momento "daria mais força ao mal".
Os confrontos entre as tropas federais e os grupos de narcotraficantes deixaram
pelo menos 22.700 mortos, segundo dados oficiais divulgados pela imprensa na última
semana.
Deste total, Calderón afirma que 20.430 (90%) teriam vínculos com
criminosos. A oposição, por sua vez, questiona tal cifra e pede que os documentos
que comprovam a ligação das vítimas aos cartéis de drogas sejam divulgados.
Segundo
o governo, 2.270 das vítimas fatais eram civis, e foram mortas por erros. Ainda assim,
o número seria baixo, já que no mesmo período foram detidos 121.199 traficantes, que
atuavam nos principais cartéis de drogas do país. (BF)