2010-04-20 14:14:21

Bento XVI nas exéquias do Cardeal Tomás Spidlík: um homem livre que viveu a amizade com Cristo “com todo o coração”, o seu lema cardinalício


(20/4/2010) Tiveram lugar nesta terça-feira de manhã, na basílica de São Pedro, as exéquias do cardeal Tomás Spidlík, falecido na passada sexta-feira, em Roma, com 90 anos de idade. A celebração foi presidida pelo cardeal Angelo Sodano, tendo-se também associado, no rito conclusivo o Santo Padre, que evocou a figura do defunto, a partir de alguns textos bíblicos deste tempo pascal, sublinhando sobretudo que “a esperança e alegria de Jesus Ressuscitado são também a esperança e a alegria dos seus amigos, graças à acção do Espírito Santo”.

Esperança e alegria que “são realidades teologais que brotam do mistério da Ressurreição de Cristo e do dom do seu Espírito”.

“Poderíamos dizer que o Espírito Santo as toma do coração de Cristo Ressuscitado e as infunde no coração dos seus amigos. Introduzi propositadamente a imagem do coração porque… o padre Spilík a escolheu para o lema do seu emblema cardinalicio: com todo o coração”.

“Esta expressão (recordou o Papa) encontra-se no Livro do Deuteronómio, no primeiro e fundamental mandamento da Lei, quando Moisés diz ao povo: Escuta, Israel, o Senhor é o nosso Deus, um só é o Senhor, Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a alma e com todas as forças”.
Mas – acrescentou ainda o Pontífice – o lema do cardeal Spidlík pode também incluir um outro significado, que ele decerto tinha presente:

“Sempre a partir da raiz bíblica, o símbolo do coração representa na espiritualidade oriental a sede da oração, do encontro entre o homem e Deus, mas também com os outros homens e com o cosmos”.

Aliás – recordou ainda o Papa – “no brasão do cardeal Spidlik o coração que comparece no escudo contém uma cruz em cujos braços figuram as palavras luz e vida, nomes de Deus”.

“Portanto o homem que acolhe plenamente, com todo o coração, o amor de Deus, acolhe a luz e a vida, e torna-se por sua vez luz e vida na humanidade e no universo”

“O nosso Irmão defunto foi um membro da Companhia de Jesus, isto é, um filho espiritual daquele santo Inácio que coloca no centro da fé e da espiritualidade a contemplação de Deus no mistério de Cristo. Neste símbolo do coração encontram-se o Oriente e o Ocidente, não num sentido devocionista mas profundamente cristológico, como puseram em evidência outros teólogos jesuítas do século passado”.

Quase a concluir Bento XVI recordou ainda que “Cristo, figura central da Revelação, é também o princípio formal da arte cristã, um âmbito que teve no Padre Spidlík um grande mestre, inspirador de ideias e projectos expressivos, que encontraram uma importante síntese na Capela “Redemptoris Mater”, do palácio apostólico”.








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