2010-04-18 11:59:19

“Em cada momento da nossa vida, dependemos inteiramente de Deus, no qual vivemos, nos movemos e temos a nossa existência: Bento XVI na homilia da Missa deste Domingo, em Malta.


(18/4/2010) Bento XVI conclui neste Domingo á tarde a sua viagem a Malta efectuada por ocasião dos 1950 anos do naufrágio que levou São Paulo ás costas daquela ilha
Esta manhã na grande esplanada dos grandes celeiros em Floriana, na ilha de Malta, Bento XVI celebrou a Missa do III Domingo de Páscoa, na presença de cerca de 10 mil fiéis.
A homilia do Santo Padre baseou-se, naturalmente, nas leituras da Missa, que eram as deste domingo, à excepção da primeira, dos Actos dos Apóstolos, substituída pela do episódio do naufrágio que levou São Paulo a desembarcar na Ilha. Agradecendo o acolhimento que lhe foi dispensado, Bento XVI evocou aquele que os malteses dispensaram ao Apóstolo dos Gentios, há 1950 anos, e desde então a muitos viajantes que ali arribaram.

“A riqueza e variedade da cultura de Malta é um sinal de que o vosso povo muito aproveitou do intercâmbio de dons e da hospitalidade com os viajantes vindos do mar. E é significativo que tenhais sabido exercer o discernimento identificando o melhor do que eles tinham para oferecer”.

O Papa convidou os malteses de hoje a seguirem este exemplo, advertindo que nem tudo o que lhes é proposto merece ser acolhido. Passando ao episódio do Evangelho, com a pesca abundante ligada ao encontro com Jesus ressuscitado, Bento XVI sublinhou o facto de que antes de o Senhor se lhes ter manifestado os apóstolos não tinham conseguido qualquer resultado.

“Deixados a si mesmos, os seus esforços eram infrutuosos. Quando Jesus esteve ao lado deles, capturaram uma grande quantidade de peixes. Meus irmãos e irmãs, se pomos a nossa confiança no Senhor e seguimos os seus ensinamentos, recolheremos sempre grandes frutos”.

Passando de novo ao episódio do naufrágio de Paulo, o Papa fez notar que, para poderem sobreviver, os tripulantes do navio se viram obrigados a deitar ao mar a carga, incluindo os instrumentos de bordo e o próprio trigo de que se alimentavam. De facto, Paulo exortou a colocarem só em Deus toda a confiança, no momento em que a barca era batida pelas ondas. Também nós devemos pôr a nossa confiança só em Deus. Tem-se a tentação de pensar que a avançada tecnologia de hoje consegue responder a todos os nossos desejos e salvar-nos dos perigos que nos assaltam.

“Em cada momento da nossa vida, dependemos inteiramente de Deus, no qual vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Só Ele nos pode proteger do mal, só Ele nos pode guiar no meio das tempestades da vida e só Ele nos pode conduzir a um porto seguro, como fez com Paulo e os companheiros que andavam à deriva junto das costas de Malta”.

Quase a concluir, Bento XVI dirigiu-se de modo especial aos padres presentes. No contexto do Ano Sacerdotal, o Papa evocou a figura do Padre Jorge Preca, o primeiro santo maltês canonizado, que se distinguiu por uma catequização incansável, que deixou uma marca profunda nos jovens e nos menos jovens.

“Padre Jorge era um sacerdote de extraordinária humildade, bondade, mansidão e generosidade, profundamente dedicado à oração e com a paixão de comunicar as verdades do Evangelho. Tomai-o como modelo e inspiração para vós, cumprindo a missão que recebestes de apascentar o rebanho do Senhor”.

Recordando o diálogo entre Jesus e Pedro, proposto na parte final do Evangelho deste domingo, o Santo Padre encorajou os padres a “acolherem com gratidão de coração a magnífica tarefa que lhes foi confiada”. “A missão confiada aos padres é verdadeiramente um serviço à alegria, à alegria de Deus que aspira a irromper no mundo”.

No final da celebração, antes do canto da antífona mariana do tempo pascal, “Regina Coeli”, Bento XVI recordou a devoção dos malteses à Mãe de Deus invocada como “Mãe da Igreja e nossa Mãe”, especialmente no santuário mariano da ilha de Gozo, ao qual o Papa oferece, nesta ocasião, uma Rosa de Ouro. O pontífice pediu aos fiéis que de agora em diante passassem a invocar Nossa Senhora também como “Rainha da Família”, título acrescentado por João Paulo II à ladainha mariana.








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