PAPA EM MALTA: DEPOSITAR NOSSA CONFIANÇA SOMENTE EM DEUS
Floriana, 18 abr (RV) - "Em todos os momentos da nossa vida, dependemos totalmente
de Deus." Palavras pronunciadas esta manhã, por Bento XVI, na homilia da missa celebrada
na Praça dos Celeiros, na cidade de Floriana, Malta, país onde se encontra desde a
tarde de ontem, em sua 14ª viagem internacional.
Diante de 50 mil fiéis, o
Papa falou das tradições maltesas e citou os muitos viajantes que passaram por Malta,
entre os quais São Paulo, e o caloroso acolhimento dos habitantes da Ilha, que, assim
como o Apóstolo, Bento XVI pôde experimentar pessoalmente.
"A riqueza e a
variedade da cultura maltesa são um sinal que o seu povo recebeu muito do intercâmbio
de dons e hospitalidade com os viajantes provenientes do mar. E é significativo que
vocês souberam exercitar o discernimento para melhor individuar o que eles tinham
para oferecer" – afirmou Bento XVI, exortando a população a continuar a fazer o mesmo.
Nem tudo o que o mundo propõe hoje merece ser acolhido, advertiu o pontífice.
Muitas vozes procuram nos convencer a deixar de lado a nossa fé em Deus e na sua Igreja
e de escolher, nós mesmos, os valores e as crenças com as quais viver.
Quando
isso acontece, acrescentou, devemos nos recordar do episódio do Evangelho de hoje,
quando os discípulos, todos pescadores experientes, não consequem pescar sequer um
peixe – situação que muda com a presença de Jesus.
"Meus queridos irmãos e
irmãs, se depositamos a nossa confiança no Senhor e seguimos os seus ensinamentos,
colheremos sempre inúmeros frutos."
A seguir, comentando a primeira leitura
da Missa, ou seja, a narração do naufrágio de Paulo na costa de Malta, o Papa destacou
a exortação do Apóstolo, quando pede aos tripulantes que depositem sua confiança somente
em Deus, em meio às ondas agitadas do mar. A respeito, o Santo Padre afirmou:
"Também
nós devemos depositar a nossa confiança somente n'Ele. Tentou-se pensar que a tecnologia
avançada de hoje possa responder a todos os nossos desejos e nos salvar dos perigos
que nos assediam. Mas não é assim. Em todos os momentos da nossa vida, dependemos
totalmente de Deus, no qual vivemos, nos movemos e temos a nossa existência."
Mais
do que qualquer carga que possamos levar conosco – acrescentou –, é a nossa relação
com o Senhor que fornece a chave da nossa felicidade e da nossa realização humana.
E Ele nos chama a uma relação de amor.
Na pergunta que Jesus dirige a Pedro
na margem do lago: "Simão, tu me amas?", e na resposta afirmativa de Pedro, se sintetiza
o fundamento de todo ministério pastoral na Igreja.
"É o nosso amor pelo Senhor
que deve plasmar todos os aspectos da nossa pregação e ensinamento, da celebração
dos sacramentos, e o nosso cuidado pelo povo de Deus. É o nosso amor pelo Senhor que
nos leva a amar aqueles que Ele ama, e a aceitar com alegria a tarefa de comunicar
o seu amor àqueles que servimos."
Dirigindo-se aos malteses, o Papa pede que
eles preservem a fé e os valores que lhes foram transmitidos pelo Apóstolo São Paulo,
repassando a seus filhos e aos imigrantes e visitantes: "Recordem-se que o intercâmbio
de bens entre essas ilhas e o resto do mundo é um processo com dois caminhos. Aquilo
que recebem, analisem com cuidado, e o que vocês possuem de valor, saibam compartilhar
com os demais".
Por fim, Bento XVI dirigiu uma palavra especial aos sacerdotes,
recordando que sua missão é verdadeiramente um serviço à alegria, à alegria de Deus
que quer entrar no mundo. (BF)