Coragem perante o desconhecido e confiança inquebrantável na misteriosa providencia
de Deus: Bento XVI, esta tarde em Malta
(17/4/2010) Depois da visita de cortesia ao Presidente da Republica no Palácio presidencial,
e o encontro com as autoridades civis, Bento XVI deslocou-se de automóvel para a Igreja
de São Paulo em Rabat onde foi acolhido pelo pároco que depois o acompanhou até ao
interior da Igreja onde se encontram cerca de 250 missionários . Depois de um momento
de oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento o Papa dirigiu-se para a adjacente
capela do Santuário, descendo depois as escadarias que o conduziram á Gruta de São
Paulo. Esta Gruta é considerada uma pedra miliar da Igreja em Malta, visto que o
Apostolo Paulo, depois do seu naufrágio, ali passou três meses de pregação. A Gruta
tornou-se ponto de referencia para a primeira comunidade cristã. No livro de ouro
dos hospedes da Gruta de São Paulo, Bento XVI escreveu a seguinte frase: Neste
lugar sagrado, que conheceu os passos de São Paulo peregrino, peço que como ele também
nós possamos conhecer, amar e servir o Senhor ressuscitado na paz e na alegria. Que
Deus abençoe Malta e Gozo No final da sua visita, e já no átrio da gruta, Bento
XVI sublinhou o facto de a sua peregrinação a Malta ter iniciado com um momento de
oração silenciosa na Gruta de São Paulo, que pela primeira vez levou a fé àquelas
ilhas. O naufrágio de Paulo e a sua paragem durante três meses em Malta deixaram
um sinal indelével na historia do vosso país, disse o Papa, salientando que as suas
palavras aos companheiros de viagem antes de chegar a Malta “em qualquer ilha havemos
de encalhar” no contexto original são um convite á coragem perante o desconhecido
e a confiança inquebrantável na misteriosa providencia de Deus. Bento XVI mencionou
depois o grande numero de padres e religiosos que imitaram o zelo missionário de São
Paulo ,deixando Malta para levar o Evangelho a localidades distantes. O Papa agradeceu-lhes
em nome de toda a Igreja, pelo seu testemunho do Senhor Ressuscitado e pelas vidas
que gastaram ao serviço dos outros. No seu discurso Bento XVI sublinhou depois
que a chegada de São Paulo a Malta não estava programada. Paulo que encontrara de
maneira dramática o Senhor Ressuscitado no caminho de Damasco, era sensível aos acontecimentos
imprevisto preparados por Deus. O decurso da sua vida mudou improvisamente ; cada
uma das suas acções e pensamentos eram dirigidos a anunciar o mistério da cruz e
a sua mensagem de amor de Deus que reconcilia. A palavras do Evangelho, ainda hoje
tem o poder de fazer irrupção nas nossas vidas e de mudar o seu curso até á conversão,
a uma nova vida e a um futuro de esperança….. Vivei a vossa fé de maneira ainda
mais plena juntamente com os membros das vossas famílias, dos vossos amigos, nos vossos
bairros, nos lugares de trabalho e no inteiro tecido da sociedade maltesa. De maneira
particular o Papa exortou os pais, professores e catequistas a falarem aos outros
do seu próprio encontro vivo com Jesus ressuscitado, especialmente aos jovens que
são o futuro de Malta. A concluir, e já numa perspectiva mais universal, Bento
XVI deixou algumas interrogações: perante as tantas ameaças á sacralidade da vida
humana, á dignidade do matrimónio e da família, os nossos contemporâneos não precisam
de serem constantemente chamados á grandeza da nossa dignidade de filhos de Deus e
á vocação sublime que recebemos em Cristo? Não precisa por acaso a sociedade de apropriar-se
de novo e de defender aquelas verdades morais fundamentais que estão na base da liberdade
autentica e do progresso genuíno ?