NORTE 2 PEDE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Cidade do Vaticano, 15 abr (RV) – Nesta quinta-feira, no Vaticano, Bento XVI recebeu mais um grupo de bispos do Pará e do Amapá, em visita ad Limina.

O Papa recebeu seis prelados: o Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa; o Bispo de Bragança, Dom Luigi Ferrando; o Bispo de Castanhal, Dom Carlo Verzelletti; o Bispo de Macapá, Dom Pedro José Conti; o Bispo de Marabá, Dom José Foralosso; e o Bispo de Santarém, Dom Esmeraldo Barreto de Farias.

A seguir, o pontífice recebeu todos os bispos que integram o Norte 2. O discurso de Bento XVI foi antecedido pela saudação do presidente do Regional, Dom Jesus Maria Cizaurre, Bispo Prelado de Cametá.

Dom Cizaurre afirma que este Regional, composto por nove dioceses e cinco prelazias territoriais, trabalha pela evangelização dos povos de forma perseverante, com todas as limitações impostas pela geografia e pelo clima da Amazônia.

Não obstante as dificuldades, o clero diocesano vem aumentando ano após ano e as lideranças leigas oferecem um "admirável trabalho pastoral", cada vez mais comprometidas com a causa do Reino. Todavia, o bispo se faz porta-voz das preocupações de todos os pastores; em especial, com o constante avanço das igrejas pentecostais.

No âmbito social, afirma Dom Cizaurre, os bispos estão "empenhados pela preservação do meio ambiente e a defesa da exploração racional e sustentável da floresta amazônica que, por causa da ambição de cunho capitalista, a cada ano vem sofrendo constante redução da área de cobertura florestal".

Outro motivo de preocupação é a violência urbana, alimentada pelo consumo de drogas, pela falta de educação familiar e pela busca de dinheiro fácil. "Também nos preocupa a violência rural, que tem como pano de fundo a questão da propriedade sobre a terra e é gerada pela ambição daqueles que, para consegui-la, mandam matar" – acrescenta o Bispo, recordando que entre os prelados presentes, três já foram ameaçados de morte.

Por fim, Dom Cizaurre afirma que o que a Igreja quer para seu povo, que é pobre, um modelo de desenvolvimento sustentável que traga progresso para todos e favoreça a promoção humana. "Mas, infelizmente, não é esse o modelo de desenvolvimento que o Governo e as grandes empresas pensaram para a nossa região. Em diversas ocasiões temos nos manifestado contra os grandes projetos na Amazônia que não escutam nem levam em conta a opinião do povo" – constata.

O Bispo Prelado de Cametá conclui agradecendo ao Santo Padre pela importante ajuda que, nos dois últimos anos, concedeu às dioceses e prelazias para a manutenção dos seus seminários, e que Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia, abençoe Bento XVI. (BF)