Viagem de Bento XVI a Malta preparada “com serenidade”. Espera – se que a comunicação
social avalie “correctamente” eventuais manifestações de desacordo com o Papa durante
a sua estadia em Malta.
(14/4/2010) O director da Sala de imprensa da Santa Sé Padre Federico Lombardi admitiu
que Bento XVI se possa encontrar com vítimas de abusos sexuais durante a sua viagem
a Malta, mas afastou receios de que o Papa venha a ser mal recebido na Ilha. A
viagem papal a Malta decorre no próximo sábado e Domingo e foi apresentada esta Terça-feira
aos jornalistas, na sala de imprensa da Santa Sé. O Pe. Federico Lombardi, recordou
que o Papa já promoveu encontros com as vítimas de abusos, em viagens anteriores e
“continua a estar disponível” para o fazer. Tal iniciativa, precisou, decorrerá
sempre “num clima de recolhimento, discrição, para que haja possibilidade de escuta
e comunicação pessoal”. O director da sala de imprensa da Santa Sé disse que não
está em condições de “anunciar ou excluir” se Bento XVI repetirá em Malta o mesmo
gesto que fez nas viagens aos EUA e à Austrália, em 2008. Este responsável recusou
ainda a ideia de que o Vaticano se sinta “sob assédio” por causa dos sucessivos casos
de pedofilia envolvendo padres católicos. O Vaticano assegura que a viagem a Malta
está a ser preparada “com serenidade” e espera que a comunicação social avalie “correctamente”
eventuais manifestações de desacordo com o Papa durante a sua estadia em Malta. Nas
seis intervenções públicas de Bento XVI vão ser abordados temas como a imigração,
as raízes cristãs na história maltesa ou os desafios da secularização. Oficialmente,
a viagem ocorre nos 1950 anos do naufrágio do Apóstolo Paulo nesta Ilha. Bento
XVI, que vai chegar à ilha na tarde do próximo Sábado, tem encontros com as autoridades
civis, visitando depois a Gruta de São Paulo, em Rabat. No Domingo de manhã, o
Papa preside à missa em Floriana e à tarde vai encontrar-se com os jovens no cais
do porto da capital, La Valetta. O Papa falará em inglês, mas vai dirigir algumas
palavras em maltês, ajudado pelo seu segundo secretário pessoal, Alfred Xuereb, que
nasceu em Malta.