São Paulo, 13 abr (RV) - No próximo dia 15, a Comissão Pastoral da Terra (CPT)
lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2009. É a 25ª edição do relatório
que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas e ações de trabalhadores
rurais, bem como comunidades e povos tradicionais em todo o país. O lançamento será
no auditório da Editora da Unesp, em São Paulo (SP), a partir das 9h.
Por se
tratar dos 25 anos da publicação, a CPT entende ser esse um momento de reflexão sobre
esses dados e o que eles representam no cenário rural brasileiro. A necessidade de
se publicar um livro com as denúncias dos conflitos sofridos pelos trabalhadores no
campo brasileiro demonstra os poucos avanços na defesa dos direitos humanos no Brasil
e na realização da tão sonhada reforma agrária. Por isso, a CPT irá realizar também
um debate, na mesma data e no mesmo local, sobre a Criminalização dos Movimentos Sociais.
A
publicação traz um olhar retrospectivo sobre os registros feitos pela CPT nestes 25
anos, apresentado pelos professores Carlos Walter Porto-Gonçalves e Paulo Roberto
Raposo Alentejano. Segundo eles, os dados revelam “o caráter extremamente conflituoso
e violento do modelo agrário-agrícola em desenvolvimento no Brasil nesses últimos
25 anos (1985-2009) e que revela a face oculta do tão decantado agronegócio.”
Frei
Xavier Plassat, coordenador da Campanha Nacional da CPT contra o Trabalho Escravo,
olha os 25 anos de acompanhamento dos trabalhadores submetidos à degradação do trabalho
escravo.
Esta edição mostra ainda que os conflitos envolvendo camponeses e
trabalhadores do campo e a violência não só permanecem, como cresceram no ano de 2009.
Houve aumento tanto do número total de conflitos – por terra, água, e motivos trabalhistas
– quanto em relação especificamente aos conflitos por terra.
Estarão presentes
no lançamento o presidente e o vice-presidente da CPT, Dom Ladislau Biernaski e Dom
Enemésio Lazzares; a coordenadora nacional da entidade, Isolete Wichieniski, o secretário
da coordenação nacional, Antonio Canuto e o professor da Universidade Federal Fluminense
(UFF), Carlos Walter Porto Gonçalves. (CM-CNBB)