Washington, 12 abr (RV) - Aumenta a cada ano o número de migrantes que chegam
à América Latina provenientes da África e da Ásia. O fenômeno, evidenciado por um
estudo da Organização dos Estados Americanos, OEA, e divulgado em Washington, deriva
das políticas duras contra os indocumentados em nações desenvolvidas.
Os países
da América Latina, que por muito tempo experimentaram o êxodo de seus cidadãos em
direção às nações mais ricas, como os Estados Unidos, estão agora recebendo imigrantes,
principalmente de Etiópia, Nigéria e Somália; e China, Bangladesh e Nepal, entre outros.
No
ano passado, cerca de 60 mil estrangeiros que viviam irregularmente no Brasil foram
agraciados com uma anistia, e benefícios semelhantes foram criados também na Argentina,
Colômbia e México.
A comissão especial para questões migratórias da OEA admite
as dificuldades em definir os números reais destes fluxos, o que gera a suspeita de
um incremento do tráfico internacional de pessoas. Fortalecem-se as gangues de tráfico
humano, criminosos que se aproveitam da falta de um esquema de segurança mais rígido
para estimular a imigração ilegal em troca de dinheiro.
Consta também que
raramente os imigrantes africanos com status de refugiado permanecem nos países que
os acolhem. Segundo o estudo, seus visto são frequentemente ‘perdidos’ ou cedidos
a traficantes de seres humanos. A grande maioria destes imigrantes tem como meta final
os Estados Unidos ou o Canadá.
Apesar da escassa preparação em enfrentar o
fenômeno, os países latino-americanos estão respondendo com tempestividade, com programas
de cooperação e reformas migratórias. (CM)