Cartum, 08 abr (RV) - A marginalização de dirigentes políticos no governo de
unidade nacional, a violência e a desconfiança das populações do Sul em relação ao
poder islâmico do Norte podem pôr em risco a paz no Sudão. O diagnóstico está contido
em um relatório publicado nas vésperas das primeiras eleições gerais, previstas para
este mês.
O documento, apresentado no último dia 30 de março por uma instituição
dependente da Conferência Episcopal que reúne os bispos da África do Sul, Botsuana
e Suazilândia, analisa a situação no país, cinco anos depois do acordo de paz que
terminou com uma guerra civil que durou 22 anos.
O analista político que escreveu
o texto, John Ashworth, adverte que o protocolo se refere apenas a um dos conflitos
que ocorrem no país e só inclui duas partes bélicas, “excluindo todos os outros partidos
políticos e facções militares, bem como a sociedade civil”, por isso “não é a paz”,
ainda que possa ser considerado um passo importante para a concórdia.
A violência
no Sul do território, os combates entre exércitos regionais, petróleo, fronteiras,
censos, eleições e cenários pós-referendo de auto-determinação do Sul (que deverá
ser realizado em 2011) são alguns dos assuntos mencionados no documento.
Por
sua vez, o Núncio Apostólico no Sudão e na Eritréia, Dom Leo Boccardi, expressou uma
posição mais aberta à esperança de paz, numa entrevista recente à Agência Fides. (SP)