Seul, 05 abr (RV) - “A natureza é um dom de Deus ao homem. Por sermos os responsáveis,
não podemos fazer dela o que quisermos”. Em um documento difundido no último dia 12
de março, conclusão da Assembléia Plenária, os bispos coreanos recordam a mensagem
da Encíclica “Caritas in Veritate”. O documento de Bento XVI serve como base para
explicar o porquê de a Igreja local ser contrária ao projeto do governo sobre os rios
do país.
A iniciativa colocaria em risco os recursos hídricos e consequentemente,
o equilíbrio e o desenvolvimento ecológico da área. O projeto prevê uma série de escavações
nas proximidades dos quatro maiores rios da Coréia do Sul, visando a criação de uma
‘rodovia aquática’ entre Seul e Busan. O objetivo seria a facilitação do transporte
local e a promoção do turismo.
Todavia, o plano poderia destruir parte dos
territórios das dioceses de Seul, Incheon, Suwon e Uijeongbu; e bispos, clero, fiéis
leigos e organizações locais estão preocupados por esta decisão, “tomada sem o consenso
do povo’.
As manifestações de protesto têm-se multiplicado: nos domingos de
Quaresma, diante de cerca de 200 igrejas da capital, a Arquidiocese de Seul distribuiu
opúsculos com o convite a defender a vida, pois esta iniciativa “é contrária à ordem
da Criação”. Enquanto isso, um abaixo-assinado já recolheu 30 mil adesões para pedir
ao Presidente Lee Myung-bak que dê um passo atrás. Ontem, Domingo de Páscoa, foram
celebradas duas missas em locais que deveriam ser destruídos pelas obras. (CM)