Cidade do Vaticano, 04 abr (RV) - Ao presidir a Vigília Pascal, ápice das celebrações
da Semana Santa que se encerram hoje com a comemoração da Páscoa, o Papa Bento XVI
convidou os fiéis a se libertarem da “vestimenta da morte”, que são os pecados, e
evocou uma lista feita pelo apóstolo Paulo: “desenfreio, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçaria, ódios, querelas, ciúmes, ira, inveja, divisão, intolerância, sectarismo,
rivalidade, embriaguez, gula e outras coisas do mesmo tipo”.
O Pontífice abriu
a sua homilia citando uma antiga lenda judaica, contida no livro “A vida de Adão e
Eva”. “A história conta que Adão, em sua última doença, mandou o filho Set junto com
Eva à região do Paraíso em busca do óleo da misericórdia, que poderia curá-lo” - disse
o Papa.
Ainda segundo a lenda, o anjo Miguel, que estava no local, não lhe
entregou o óleo, explicando que depois de 5.500 anos viria o amoroso Rei Cristo, o
filho de Deus, e todos que acreditassem Nele seriam untados com o óleo da misericórdia.
“Além de extinguir a morte, a ciência médica atual busca eliminar o maior
número possível de suas causas, de adiá-la sempre, de procurar uma vida sempre melhor
e mais longa. Isso é positivo – prosseguiu o Papa – mas é preciso refletir, pois caso
a morte fosse indefinidamente adiada, a 'humanidade envelheceria de forma extraordinária
e não haveria lugar para a juventude”.
Condenando os homens que buscam a imortalidade
por meio da ciência, Bento XVI afirmou que “a erva medicinal contra a morte deveria
ser diferente. Não deveria levar apenas ao prolongamento indefinido da vida, mas transformar
a nossa vida de dentro para fora, criando em nós uma vida nova” - apontou o Papa.
“Este medicamento é Cristo, (...) árvore da vida”.
Tradicionalmente, na Missa
da Vigília Pascal, o Papa administra o Batismo, a Confirmação e a Primeira Comunhão
a seis catecúmenos preparados pelo Vicariato de Roma: dois homens provenientes do
Japão e da Rússia, e quatro mulheres, uma originária da Somália, uma do Sudão e duas
da Albânia. A cerimônia incluiu ainda a bênção do fogo novo no adro, a Liturgia da
Palavrae a Liturgia Eucarística. (CM)