2010-04-04 13:25:01

PAPA: PÁSCOA NÃO CURA ANGÚSTIAS DA IGREJA, MAS ABRE AO FUTURO


Cidade do Vaticano, 04 abr (RV) - Do patamar da Basílica de São Pedro, o Papa celebrou esta manhã de domingo a Missa de Páscoa, a festa mais importante do Cristianismo, que celebra a ressurreição de Cristo depois da morte na Cruz. Às 12h de Roma (7h de Brasília), Bento XVI concedeu a bênção "Urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), transmitida ao vivo pelas emissoras de televisão de vários países do mundo.

As 40 mil pessoas presentes na Praça não se desanimaram com a persistente chuva e ouviram com atenção as palavras do Papa, em sua tradicional mensagem de Páscoa.

Bento XVI afirmou que “a humanidade atravessa uma crise profunda, que requer mudanças profundas, a partir das consciências; uma espécie de êxodo, de conversão espiritual e moral”.

“O Evangelho revelou-nos o cumprimento das figuras antigas: com a sua morte e ressurreição, Jesus Cristo libertou o homem da escravidão radical, a do pecado, e abriu-lhe a estrada para a verdadeira Terra Prometida, o Reino de Deus, Reino universal de justiça, de amor e de paz. Este «êxodo» verifica-se, antes de mais nada, no íntimo do próprio homem e consiste num novo nascimento no Espírito Santo, é princípio duma libertação integral, capaz de renovar toda a dimensão humana, pessoal e social”.

O Papa também pediu e fez orações pela paz na Terra Santa e pelo fim dos crimes ligados ao tráfico de drogas na América Latina e no Caribe. Encorajou os povos do Haiti e do Chile, atingidos pelo terremoto, e apelou à comunidade internacional para que não deixe de enviar ajudas.

O pensamento de Bento XVI foi também à África, e de modo especial, ao Congo, à Guiné e Nigéria, para que terminem os conflitos que continuam a provocar destruições e sofrimento e se obtenham paz e reconciliação, garantias de desenvolvimento.

O Papa referiu-se também aos cristãos que em função de sua fé sofrem perseguições e são até mesmo mortos, como no Paquistão, e aos que vivem em meio a provações e sofrimentos, como no Iraque.

Aos países assolados pelo terrorismo e pelas discriminações sociais ou religiosas, o Pontífice recomendou que favoreçam o diálogo e a convivência serena e o desenvolvimento de uma economia solidária:

“Aos responsáveis de todas as Nações, a Páscoa de Cristo traga luz e força para que a atividade econômica e financeira seja finalmente orientada segundo critérios de verdade, justiça e ajuda fraterna”.

Concluindo sua Mensagem “Urbi et orbi”, o Papa disse que Páscoa não efetua magias:

“Assim como, para além do Mar Vermelho, os hebreus encontraram o deserto, assim também a Igreja, depois da Ressurreição, encontra sempre a história com as suas alegrias e as suas esperanças, os seus sofrimentos e as suas angústias. E, todavia esta história mudou, está marcada por uma aliança nova e eterna, está realmente aberta ao futuro. Salvos na esperança, prosseguimos a nossa peregrinação, levando no coração o cântico antigo e sempre novo: «Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!».

Após a leitura da mensagem, Bento XVI saudou os fiéis, que a este ponto somavam cem mil – segundo a Polícia romana – em 65 línguas, 2 a mais do que no ano passado: islandês e cazaque.

Em seguida, concedeu a todos os que participaram, pessoalmente ou através do rádio ou TV, a benção pascal, com a indulgência plenária.

Para ouvir os votos do Papa em português, clique aqui: RealAudioMP3
(CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.