Seguir Cristo “como um mestre”, mesmo no sofrimento, foi o convite do Papa durante
a Via Sacra no Coliseu de Roma.
(3/4/2010) Bento XVI presidiu esta Sexta-feira à tradicional Via Sacra no Coliseu
de Roma, tendo pedido aos fiéis que sejam capazes de “reconhecer, sem hipocrisia”,
o mal que está dentro de cada um. Logo na oração inicial da celebração, iluminada
por milhares de velas e acompanhada por milhões de pessoas em todo o mundo, o Papa
rezava para que que Deus libertasse a razão humana “da pretensão, errada e um pouco
ridícula, de poder dominar o mistério” que a envolve. “Libertai a nossa vontade
da presunção, igualmente ingénua e infundada, de poder construir sozinhos a nossa
felicidade e o sentido da nossa vida”, acrescentou. O percurso que recorda o sofrimento
de Jesus Cristo antes da sua morte contou com um conjunto de meditações, lidas em
cada uma das 14 estações, com a assinatura do Cardeal italiano Camillo Ruini, ex-presidente
da Conferência Episcopal Italiana. Ao longo do percurso, a cruz foi levada, entre
outros, por uma família, um doente, dois haitianos, dois iraquianos, uma vietnamita
e uma congolesa, para além de dois franciscanos da Custódia da Terra Santa. No
final, o Cardeal Agostino Vallini, vigário papal para Roma, entregou-a a Bento XVI. Concluindo
a celebração, o Papa falou do “profundo amor” de Jesus para com a humanidade e convidou
os fiéis a seguirem Cristo “como um mestre”, mesmo no sofrimento. Para os cristãos,
assinalou, o túmulo e a morte “não são lugares sem esperança”, perspectivando assim
a celebração da Páscoa, neste fim-de-semana, em que se celebra a ressurreição de Jesus.