Milão, 30 mar (RV) - Sobre as notícias publicadas por alguns órgãos de imprensa
austríacos e alemães, o Cardeal Carlo Maria Martini declara-se muito surpreso ao ser
atribuída a ele uma expressão que não corresponde ao seu pensamento, desmentindo assim
jamais ter dito que a obrigação do celibato para os sacerdotes tem que ser repensada.
O
Arcebispo emérito de Milão – em uma nota – destaca que é “uma comparação forçada conjugar
a obrigação do celibato para os sacerdotes com os escândalos de violência e abusos
sexuais”. O Cardeal se refere a um texto publicado pelo jornal alemão “Presse am Sonntag”,
e retomado ontem por alguns jornais, segundo o qual o purpurado teria afirmado que
“o celibato obrigatório como forma de vida dos sacerdotes deveria ser repensado”.
O
Cardeal Martini precisa na sua nota que “o semanário alemão não conversou diretamente
com ele mas simplesmente utilizou uma sua carta aos jovens austríacos”. Na carta,
o purpurado escrevia: “Seria necessário repensar sobre a forma de vida do padre”.
A intenção, acrescenta o Cardeal, era “sublinhar a importância de promover formas
de maior comunhão de vida e de fraternidade entre os sacerdotes para que sejam evitadas
o mais possível, situações de solidão também interior”. Portanto a intenção, conclui,
“não era ligar a obrigação do celibato para os sacerdotes com os escândalos de violência
e abusos sexuais”. (SP)