BENTO XVI NA MISSA PELO 5º ANIVERSÁRIO DE MORTE DE JOÃO PAULO II: UMA TESTEMUNHA DE
CRISTO QUE SE DOOU SEM MEDIDAS
Cidade do Vaticano, 29 mar (RV) - Bento XVI presidiu no final da tarde desta
segunda-feira, na Basílica de São Pedro, à Santa Missa pelo 5º aniversário de morte
do Venerável Servo de Deus João Paulo II, que voltou à Casa do Pai no dia 2 de abril
de 2005, quando a Igreja já celebrava a Festa do Domingo da Divina Misericórdia.
O
Santo Padre iniciou a homilia ressaltando o fato de a Missa em sufrágio pela alma
de seu Venerável predecessor ser celebrada com alguns dias de antecipação porque o
2 de abril deste ano será Sexta-feira Santa.
O Pontífice agradeceu a todos
os presentes pela participação, em especial ao Arcebispo de Cracóvia Stanislao Dziwisz
– ex-secretário pessoal de João Paulo II – aos bispos, aos sacerdotes, aos religiosos
e religiosas; como também aos peregrinos vindos da Polônia, os muitos jovens e os
numerosos fiéis que desejaram participar da Celebração.
Comentando a liturgia
da celebração em cuja primeira leitura o profeta Isaías apresenta a figura de um "Servo
de Deus", que é ao mesmo tempo o seu eleito, no qual se compraz, Bento XVI afirmou
que o que o profeta inspirado disse do Servo, podemos aplicar a João Paulo II:
"O
Senhor o chamou ao seu serviço e, ao confiar-lhe tarefas de grande responsabilidade,
também o acompanhou com a sua graça e com a sua contínua assistência. Durante o seu
longo Pontificado ele se empenhou em proclamar o direito com firmeza, sem fraquezas
ou dúvidas, sobretudo quando devia enfrentar resistências, hostilidades e rejeições.
Sabia que o Senhor o segurava pela mão, e isso lhe permitiu exercer um ministério
muito fecundo, para o qual, mais uma vez, rendemos fervorosas graças a Deus."
Em
seguida, referindo-se à proclamação do Evangelho, no qual Lázaro, Marta e Maria oferecem
um jantar ao Mestre, o Papa quis chamar a atenção para um gesto singular: Maria de
Betânia “pegou 300 gramas de perfume de puro nardo, tão precioso, e derramou nos pés
de Jesus, depois enxugou com os seus cabelos”.
Santo Agostinho – observou Bento
XVI – no Sermão no qual comenta esse trecho evangélico, dirige a cada um de nós, com
palavras duras, o convite a entrar neste circuito de amor, imitando o gesto de Maria
e colocando-se concretamente no seguimento de Jesus. Escreve Agostinho:
“Cada
coração que deseja ser fiel, se une a Maria para ungir com precioso perfume os pés
do Senhor... Unge os pés de Jesus: segue as pegadas do Senhor levando uma vida digna.
Enxuga-lhe os pés com os cabelos: se você tem algo de supérfluo dê aos pobres, e você
terá enxugado os pés do Senhor.”
Caros irmãos e irmãs – prosseguiu – "toda
a vida do Venerável João Paulo II é vivida no sinal desta caridade, da capacidade
de se doar de modo generoso, sem reserva, sem medida, sem cálculo. O que o movia era
o amor por Cristo, a quem havia consagrado sua vida, um amor superabundante e incondicional.
Ao
saudar os poloneses presentes na celebração, o Santo Padre frisou:
"A vida
e a obra de João Paulo II, grande polonês, pode ser para vocês motivo de orgulho.
Precisa, porém, que vocês recordem que a sua vida é também um grande chamado a sermos
fiéis testemunhas da fé, da esperança e do amor, que ele nos ensinou ininterruptamente.
Por intercessão de João Paulo II os sustente sempre a bênção do Senhor."
Concluindo,
Bento XVI ressaltou: "Enquanto prosseguimos a celebração eucarística nos aproximamos
para viver os dias gloriosos da paixão, morte e ressurreição do Senhor, confiando-nos
com fé, seguindo o exemplo do Venerável João Paulo II, à intercessão da Bem-aventurada
Virgem Maria, Mãe da Igreja, para que nos sustente no compromisso de sermos, em todas
as circunstâncias, apóstolos incansáveis de seu Filho Divino e de seu amor misericordioso."
Durante
a oração dos fiéis foi recordado o serviço prestado pelo Papa Wojtyla à Igreja "até
o extremo limite das suas forças... testemunhando a fé em Deus e o amor para com todos".
(RL/SP)