Sydney, 26 mar (RV) - O Arcebispo de Sydney, Cardeal George Pell, falando sobre
os últimos acontecimentos que envolvem membros do clero em abusos sexuais que quando
teve a necessidade de atender pessoas que sofreram abusos por parte de sacerdotes,
usualmente elas preferiram a privacidade. “O tema é muito triste e muito sério para
que circule desinformação gerando maior dor nas vítimas”. Também destacou a intenção
do Papa Bento XVI de enfrentar este tema com mão firme e com uma especial compaixão
para com as vítimas.
Depois de comentar que a recente carta do Santo Padre
aos católicos da Irlanda é uma clara demonstração de sua firme atitude diante desse
tema, o Cardeal recordou que quando esteve na Austrália, Bento XVI se encontrou com
algumas vítimas de abusos. “Ele sstá pessoalmente empenhado em fazer todo o possível
para fazer justiça e confortá-las”, comentou o purpurado.
Após explicar que
o Papa sempre teve esta disposição, especialmente como Prefeito da Congregação para
a Doutrina da Fé, o Arcebispo ressaltou que no ano 2001 recebeu uma instrução desse
organismo vaticano na qual se pedia para se dirigir ao mesmo para as informações nos
casos de abusos sexuais.
Em seguida o Cardeal assinalou que alguns meios estão
acostumados a referir-se à instrução indicando que esta “pedia aos bispos tratar as
acusações com absoluto secreto e de informar à polícia sob pena de excomunhão”. “A
carta do Cardeal Ratzinger do ano 2001 não fazia nenhuma referência a excomunhões”,
precisou.
Ao falar depois de casos que chegaram até ele, o Arcebispo de Sydney
disse que “foram apresentadas com freqüência acusações que se referiam a casos de
dezenas de anos atrás, e as vítimas sempre foram exortadas a irem à polícia”. “Isso
é o que preferiríamos. Mas as vítimas com freqüência preferiram a privacidade. O tema
é muito triste e muito sério para que circule desinformação gerando maior dor nas
vítimas”.
As normas eclesiásticas que se referem aos abusos sexuais, concluiu,
“nunca foram interpretadas como uma proibição para denunciar os crimes às autoridades
civis. As leis locais se respeitam em todos os casos e certamente este é o caso da
Austrália e Nova Gales do Sul”, concluiu. (SP)