Cidade do Vaticano, 26 mar (RV) – Que os bispos e sacerdotes, que há muito
tempo não têm liberdade na China, “possam o quanto antes exercer novamente o seu ministério
episcopal e sacerdotal em favor dos fiéis, confiados aos seus cuidados pastorais”.
É o desejo feito pelos membros da Comissão instituída por Bento XVI em 2007 para estudar
as principais questões da Igreja Católica chinesa. A reunião do organismo, que teve
início na última segunda-feira e se concluiu na quarta-feira, enfrentou – explica
um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé – os temas da formação humana, intelectual,
espiritual e pastoral dos seminaristas e das pessoas consagradas e ainda a questão
da formação permanente dos sacerdotes.
À luz da Carta do Santo Padre aos católicos
chineses de 27 de maio de 2007, a Comissão – lê-se ainda na nota -, “refletiu sobre
o modo de promover a unidade dentro da Igreja Católica na China e de superar as dificuldades
que a mesma encontra nas suas relações com a sociedade civil”. Além do mais, “foi
evidenciado com prazer os passos dados em resposta ao convite do Papa para uma autêntica
comunhão eclesial, que não se exprime sem um esforço pessoal de busca da verdade e
da reconciliação espiritual”.
Unânime foi, em particular, o auspício para que
“todos os Bispos na China estejam sempre comprometidos – afirma a nota – em favorecer
o crescimento da unidade da fé e da vida de todos os católicos, evitando, portanto
gestos - como por exemplo, celebrações sacramentais, ordenações episcopais, participação
em reuniões -, que contradizem a comunhão com o Papa, que lhes nomeou Pastores, e
criam dificuldades, muitas vezes angustiantes, dentro das respectivas comunidades
eclesiais”.
Neste sentido, afirma-se que se espera que a superação das “atuais
dificuldades” no que diz respeito à liberdade de fé da Igreja chinesa ocorra através
do “diálogo respeitoso e aberto entre a Santa Sé e as Autoridades governamentais”,
que conduza “a um profícuo entendimento” em vantagem seja da comunidade católica que
da “convivência social”.
E precisamente para superar também as dificuldades
nas relações com a sociedade civil, a Comissão pediu uma renovada promoção da unidade
dentro da Igreja chinesa. Há a consciência – sublinha a nota -, que “o caminho do
perdão e da reconciliação não poderá realizar-se de hoje para amanhã, como também
é certo que “toda a Igreja acompanha esse caminho”, que terá o seu ápice na oração
de 24 de maio próximo, dia dedicado à memória litúrgica de Nossa Senhora, Auxiliadora
dos Cristãos, e Dia de oração pela Igreja na China.
No encontro com o Papa
ocorrido na conclusão da reunião, Bento XVI sublinhou a necessidade de assegurar a
todos aqueles que se preparam para o sacerdócio e para a vida consagrada, uma sólida
formação espiritual, centralizada na amizade com Jesus, garantia de sucesso no campo
pessoal e no trabalho pastoral. O Santo Padre reafirmou o papel importante daqueles
que se ocupam da formação e recordou que esse é uma das tarefas prioritárias dos bispos.
(SP)